Maria não era impulsiva. Não reagia como a maioria das pessoas pelo binômio da física: ação-reação. Como exímia observadora, ela dava atenção aos detalhes. Cada reação, cada atitude do menino Jesus era levada em alta conta. Não queria prejudicar sua formação, queria educá-lo da maneira mais livre e segura possível.
Nem sempre os educadores são assim. Muitos são impulsivos, acham que com reações imediatas conseguem ajudar seus filhos e alunos. Às vezes, cometem crassos erros.
Certa vez, um aluno não conseguiu pronunciar direito uma palavra. Irado, o professor pediu para ele repetir dez vezes a mesma palavra diante da classe.
O aluno errou continuamente a pronúncia. Quanto mais errava, mais a classe debochava dele. Por fim, começou a chorar e saiu da classe. Arquivaram-se em poucos minutos, na sua memória, traumas que bloquearam para sempre sua inteligência. Nunca mais conseguiu ler qualquer coisa diante das pessoas, mesmo quando se tornou administrador de empresas.
Se há uma característica que deveria ser banida da cartilha dos educadores, ela se chama impulsividade. Nos primeiros trinta segundos de ansiedade, cometemos os maiores erros de nossas vidas.
Impulsivos, alguns pais corrigem ou punem seus filhos publicamente. Seus filhos erram “um tanto” e seus pais “dez tantos”. Jamais tal erro deve ser cometido. Mas, se for, os pais devem ter coragem de pedir desculpas aos filhos por sua indelicadeza.
(Augusto Cury. Maria, a maior educadora da História. Editora: Planeta do Brasil Ltda. Adaptado)