Mãos e pernas tremem e formigam, o coração dispara, o estômago revira, o peito arfa em busca de oxigênio e o suor escorre em ondas de calafrios pela pele quente. A mente processa pensamentos desconexos na velocidade da luz. O impulso é de correr a mil por hora, mas um desmaio parece inevitável. O descontrole é total. Reações extremas como essas seriam esperadas de alguém em perigo iminente, talvez com a vida em risco. Mas podem ser provocadas à mera visão de um inseto tão inocente quanto uma borboleta. Ou por um “passeio” de elevador, pelo escuro na falta de energia elétrica e até por comer num restaurante e esperar pelo atendimento na fila de um banco.
São as fobias, medos desproporcionais direcionados a objetos, pensamentos, situações e animais, que não necessariamente representam ameaças reais. Frescura e motivo de piada para alguns, mas sofrimento legítimo para muitos, são classificadas pela medicina como transtornos de ansiedade. E são mais comuns do que se imagina.
(Revista Metrópole, 26.04.2009)