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Texto I

A PINTURA CORPORAL DO POVO XAKRIABÁ

 

Quando nós nos pintamos, em momentos específicos, acreditamos que não é somente a pele que está sendo pintada, mas o próprio espírito. A pintura corporal marca e demarca a identidade no contato entre o corpo e o espírito. O jenipapo é uma árvore de bom conhecimento, pois é dela que tiramos a tinta e com ela registramos a nossa cultura, o que nos dá fortalecimento.

 

O que é o tempo do jenipapo? Trata-se ainda de um tempo em que também não existia a presença de prédios escolares, mas em que se aprendia em outros lugares.

 

Ao longo da história do povo Xakriabá houve um período de muita perseguição por parte dos fazendeiros/grileiros da região. Durante esse tempo, os Xakriabá, para não serem perseguidos ou mortos, eram obrigados a deixar de se pintar e de usar elementos que demonstrassem a identidade de nosso povo. Tivemos que pensar em uma estratégia para guardar as pinturas corporais.

 

Por muito tempo, ao menos durante duas ou três décadas, as pinturas corporais foram então guardadas nas cerâmicas, e muitas dessas cerâmicas eram guardadas na terra. A cerâmica foi, portanto, um elemento muito importante, porque serviu mais tarde como um mostruário das pinturas corporais.

 

É necessário refletir sobre como a pintura carrega elementos de outra escrita corporal, com narrativas simbólicas portadoras de subjetividadesd, uma vez que o ato de colocar e receber a pintura no corpo é um ritual, um preparo do espíritob. Não é apenas o desenho que se escreve na pelec, mas o que marca no penetrar, fortalecendo as memórias dos antepassadosa, para as crianças e as futuras gerações.

 

XAKRIABÁ, C. “Amansar o giz”. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, n. 14, p. 110-117, 2020. (adaptado).

 

No parágrafo de conclusão, Célia Xakriabá estabelece uma comparação entre a pintura e a escrita. Na comparação, a semelhança entre a pintura e a escrita se justifica pelo seguinte elemento em comum:



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