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O desafio de formar um leitor competente

O labirinto de conteúdos disseminados nas redes sociais requer mediação equilibrada de como se recebe o que é lido

 

Por Damaris Silva

 

Um leitor competente é aquele capaz de ler além do que está escrito, ele lê as entrelinhas, além de fazer relações com outros textos lidos e ser capaz de falar sobre eles sem desmerecer a importância de discernir um fato de uma opinião. Acredito que formar esse sujeito é uma das entregas mais valiosas da escola. A cada dia percebo a necessidade de termos (e sermos) bons leitores.

 

Diariamente há debates importantes sendo tratados de modo superficial — às vezes violento — nas redes sociais. São milhões de jovens lendo os fatos a partir de diferentes pontos de vista. Ao nos apropriarmos da quantidade de conhecimento que pode ser gerado a partir de um tuíte, começamos a entender novas experiências de leitura e de escrita, e não podemos negá-las.

 

Assuntos que muitas vezes a escola tenta tratar por meio de um livro paradidático estão ali, sendo amplamente discutidos. Dar voz a essas leituras, saber reconhecê-las, confrontá-las e ampliá-las é também formar leitores competentes.

 

Ler a vida no morro pela ótica da carioca Samara Mapoua Mapoona (personagem criada pelo influenciador digital Yago Gomes), que publicou em seu Instagram uma série de vídeos em que passeando descreve a Rocinha, me trouxe um olhar sobre aqueles que foram social e geograficamente marginalizados, tão esclarecedor quanto o de Aluísio Azevedo em O Cortiço.

 

Não busco a hierarquização desses saberes, meu ponto aqui é que tanto um quanto o outro me tornaram uma leitora melhor. Leitora do mundo e da sociedade em que vivemos e, portanto, mais bem preparada para intervir e atuar sobre eles.

 

Entre as polêmicas e o potencial das discussões promovidas nas redes sociais, falta uma mediação adequada e a ampliação do debate. Se os educadores devem ocupar o lugar de mediadores do conhecimento, há que se reconhecer de onde vêm todas essas aprendizagens.

 

Não podemos tratar nossas crianças e jovens leitores como A Leitora, de Fragonard. A leitora do século 21 está dentro de um ônibus, com o celular nas mãos e o fone nos ouvidos.

 

Para a autora, isso melhora a nossa experiência de aprendizado. Ser um leitor competente é empolgante, e estimular esse entusiasmo exige do educador — estendo este grupo a professores, gestores escolares, editores, livreiros — uma posição contínua de transgressão frente aos materiais e métodos utilizados. Tentador, não?

 

Disponível em https://revistaeducacao.com.br/2022/03/17/leitor-competente/

 

Analise: “Não busco a hierarquização desses saberes, meu ponto aqui é que tanto um quanto o outro me tornaram uma leitora melhor.” E assinale a alternativa correta.



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