O Ifes é a instituição educacional de maior potencial no estado para atender às demandas do mercado de trabalho. E é exatamente em um importante momento histórico para o estado do Espírito Santo que a educação profissional lança suas raízes cada vez mais profundas em solo capixaba. [...]
Toda a instituição (a direção, os corpos técnico-administrativo, docente e discente) vai assim, projetando-se cada vez mais no campo do saber, formando mão de obra qualificada e gerando profissionais que brilham em diversas áreas de atuação. [...]
No estado do Espírito Santo, é raro estar numa roda de conversa em que pessoas não informem ter feito algum curso na instituição. Muitas vezes são profissionais que, nos dias de hoje, atuam em áreas que diretamente pouco têm que ver com o curso técnico que fizeram. Entretanto, todos são agradecidos pelo que aprenderam na Escola Técnica ou no Cefetes e atribuem à Escola boa parte de seu sucesso na vida profissional. [...]
Porém, a grande contribuição da instituição reflete-se, sobretudo, naquilo que está por trás do brilho que todos esses profissionais capixabas ostentam. Cada um deles é como se fosse uma pequena tocha de luz. Eles são pequenos focos que, somados, formam esta brilhante estrela chamada estado do Espírito Santo. Se o Ifes contribuiu para iluminar cada um desses profissionais, então se pode dizer que também colaborou para a formação desse conjunto de luzes, essa estrela epsilon que, na bandeira nacional brasileira, compõe a constelação do Cruzeiro do Sul e representa o estado do Espírito Santo. Os titãs tiveram e têm um papel fundamental na formação da identidade capixaba. É até emblemático que a formação para o trabalho – tão entranhada na missão desses eternos titãs – acha-se também gravada no lema escrito na bandeira do estado do Espírito Santo.
O lema “trabalha e confia” foi idealizado na gestão de Jerônimo Monteiro (1908-1912), o mesmo governante que obteve para os jovens titãs sua primeira sede naquele momento histórico em que, fundando as Escolas de Aprendizes Artífices (1909), Nilo Peçanha proclamava seus ideais: “O Brasil de ontem saiu das academias, o de amanhã sairá das oficinas”. [...]
Em 29 de dezembro de 2008, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 11.892, que criou 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no país, entre os quais o do Espírito Santo.
Implantados a partir da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, formada pelos centros federais de educação tecnológica (Cefets), escolas agrotécnicas federais e escolas técnicas vinculadas a universidades, os Institutos Federais consistem em estabelecimentos especializados na oferta de ensino profissionalizante e tecnológico nas diferentes modalidades de ensino, desde a educação de jovens e adultos até o doutorado.
SUETH, José Candido Rifan [et al.]. A trajetória de 100 anos dos eternos titãs. Da Escola de Aprendizes Artífices ao Instituto Federal. Vitória: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, 2009, p. 154-156 (adaptado).