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A questão refere-se ao texto seguinte.
Anatomia de um povo desprezado
por Hélio Póvoa Neto
Os ciganos por vezes aparecem como um povo “à parte”, não pertencente a nações territoriais, com vida nômade ou seminômade, provocando estranheza numa sociedade com valores associados à sedentarização, como a Europa.
Junto disso, é bom lembrar que, na sociedade moderna, pessoas partem em busca de novos lugares para viver e se estabilizar, por causas econômicas, políticas e religiosas. São as migrações.
Ao mesmo tempo, há movimentos associados à “errância”, ao nomadismo ou à incapacidade de estabelecer relações duradouras com os lugares e formas de trabalho mais tradicionais, que são frequentemente estigmatizadas, levando a iniciativas de assimilação ou sedentarização forçada. Os povos ciganos já foram alvo de tais processos, embora muitos mantenham seu estilo de vida característico.
Costumam atuar em ofícios ligados à arte e às atividades mágicas, com uma existência tida como “aventureira”, suscitando atitudes ambíguas da parte dos que vivem em sociedades não nômades.
Tem sido este o tom do relacionamento das sociedades ocidentais com os ciganos ao logo da história, desde que apareceram no continente europeu, causando, ao mesmo tempo, curiosidade e medo. Não havia registros escritos sobre sua origem e história. Paralelamente, praticavam uma cultura de transmissão oral, em uma língua incompreensível e cheia de segredos para os ocidentais.
O nome com que passaram a ser conhecidos já revela esse aspecto. Identificando-se como refugiados do Egito muçulmano, favoreciam a associação entre “egípcios” (égiptiens, egyptians, egitanos) e os nomes gitans, tsiganes em francês, gypsies em inglês, gitanos em espanhol, ou ciganos em português. Muitos ciganos consideram tais nomes pejorativos e, mesmo sem consenso, preferem a designação de povos romani, rom ou roma. [...]
Revista Carta na Escola, nov./ 2010. nº 51.
Dadas as afirmações acerca do fragmento: “[...] não pertencente a nações territoriais”
I. Há um erro de concordância nominal, porque o vocábulo “a” deveria estar flexionado, concordando com o substantivo “nações”.
II. Deveria ocorrer crase no vocábulo “a”, uma vez que há um termo regente que exige a preposição “a” e um termo regido que é um substantivo feminino, que admite artigo.
III. O fragmento está de acordo com a norma padrão, pois antes de palavra feminina no plural não precedida de artigo, o vocábulo “a” é apenas preposição. Dessa forma, não ocorre a crase.
IV. O fragmento está em desacordo com a norma padrão, pela ausência do sinal gráfico que marca o processo de fusão entre a preposição “a” e o artigo “a”.
verifica-se que está(ão) correta(s)