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Texto CG1A2-I
A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.
E é uma característica que pode, sim, ser aprendida — ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como podemos treinar os bíceps na academia, e ficar mais fortes, podemos ser cada vez mais empáticos com a prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”, explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da empatia e diretora da Área de Iniciativas Sociais e Econômicas da Universidade McGill, em Montreal.
Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia.
Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades mais importantes para que se tenha uma boa convivência social, interferindo diretamente tanto no sucesso pessoal como no profissional. Ao entender melhor as emoções e as necessidades de cada um, temos menos dificuldades para lidar com eventuais conflitos pessoais em qualquer ambiente ou situação”, afirma Rodrigo.
Juliana Contaifer e Renata Rusky.
Colocando-se no lugar do outro. In: Correio Braziliense, 1/1/2017. Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).
No trecho “Tal sentimento é uma via de mão dupla: beneficia não só quem o desenvolve, mas também o emissor”, do texto CG1A2-I, a expressão “não só ... mas também” exprime uma relação de