Enunciados de questões e informações de concursos
Abaixo o mito da “crítica construtiva”.
(Eugênio Bucci)
Quase todo mundo concorda: a TV que temos nos domingos à tarde nunca foi tão ruim. Passamos por uma tal sucessão de excrescências nesses gugus-faustões que tudo se reduziu a uma pasmaceira continental. Um pequeno paradoxo: a soma de todos os ingredientes apelativos não resulta mais num circo chocante, mas enfadonho. Não há mais excesso que consiga nos surpreender. Daí a chatice. Dá até preguiça. Ligar a TV no domingo à tarde é como conversar com alguém que se imagina brilhante mas é apenas maleducado. Você sabe que, lá pelas tantas, o sujeito vai desferir um palavrão fora de contexto, vai proclamar uma estultice em voz alta, vai constranger quem estiver por perto. Você só não fica estupefato porque, em se tratando do tal cidadão, já espera dele a incontinência bestialógica. Esse sujeito é a TV nas tardes de domingo.
[...]
(Revista Escola. São Paulo: Abril, set. 2001. p. 52.)
Por que o telespectador não fica mais surpreso com esse tipo de comportamento?