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Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E, se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava dando às de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n´água.
(Carlos Drummond de Andrade)
Dadas as proposições sobre o texto,
I. É possível depreender da leitura que cada situação comunicativa exige uma seleção adequada do vocabulário.
II. O autor critica o uso abusivo de estrangeirismos e gírias porque contribui para o empobrecimento da língua.
III. Em qualquer situação, deve-se falar da forma como se escreve.
é correto afirmar que