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Insônia, ansiedade e depressão. A tecnologia que ajuda a melhorar a vida de milhares de pessoas pode ser também motivo de problemas de saúde e de relacionamento. Há pelo menos quatro anos, especialistas já lidam com o novo transtorno mental: a dependência de tecnologia.
Apesar das melhorias que os avanços tecnológicos trouxeram, os sintomas da dependência de tecnologia já são comparados por especialistas aos traços que uma dependência química gera na vida de alguém.
A chegada dos smartphones no Brasil, nos anos 1990, foi responsável pela disseminação das redes sociais e intensificou o uso de jogos eletrônicos. Um especialista em educação pela Universidade de Brasília ressalta que pessoas lidam, todos os dias, com “injeções tecnológicas” — vídeos, fotos, animações e mensagens que bombardeiam a mente quase 24 horas por dia.
Há clínicas que já se especializam em tratamentos de dependência de tecnologia. A psiquiatra Mila Santiago realiza atendimento há pouco menos de dois anos e, desde então, a procura por ajuda se intensifica. “É raro que o paciente procure o médico por conta própria. As queixas de insônia, irritação, depressão e mudança de hábitos geralmente estão associadas ao uso de smartphones, redes sociais ou jogos eletrônicos”, pontua.
No futuro, o vício pode levar não somente a problemas de comportamento e de relacionamento como também a alterações cerebrais. Há risco de demência precoce e perda de memória. “Jovens de até dezoito anos de idade podem sofrer com perda de estatura, pois dormir mal devido ao uso das tecnologias prejudica as atividades dos hormônios de crescimento”, alerta a psiquiatra.
A doença ainda é pouco discutida, de acordo com a psicóloga Marleide Borges. Ainda há dificuldade em diagnosticar o problema, que geralmente é reconhecido pelos danos que o vício causa na vida do paciente. “Quando adultos estão viciados, eles desaprendem habilidades básicas de socialização. As crianças costumam ficar muito imediatistas, desenvolvem comportamentos antissociais e ansiedade”, explica.
Segundo a especialista, redes sociais e jogos geram falsas interações, realidades paralelas e frustrações relacionadas à vida real e à vida virtual.
Caminhando lado a lado com a dependência de tecnologia, está o transtorno do controle do impulso, patologia relacionada à incapacidade de resistir a impulsos, e o phantom ringing é uma nova definição para pessoas que ouvem o celular tocar a todo instante, mesmo sem isso ter ocorrido de fato. A psiquiatra Mila Santiago estima que 10% dos jovens sofrem com o uso sistemático dos smartphones. “A nomofobia — medo de ficar sem smartphone — já é um problema identificado com frequência nas clínicas de psiquiatria”, pontua a médica.
O diagnóstico desses transtornos ainda é recente e estudos estão sendo desenvolvidos para aprofundar os métodos de cura da doença do futuro. Há clínicas de tratamento de dependência química que oferecem também cuidados às pessoas viciadas em tecnologia. Em São Paulo, os casos são ainda mais comuns e a variedade de tratamento é maior, mas ainda não existem iniciativas públicas voltadas para o tema.
Internet: <www.metropolis.com> (com adaptações).
Considerando a correção gramatical e a coerência da substituição proposta para vocábulo e trecho destacado do texto, julgue o item.
“há” por fazem.