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Motorista Gregório: A saga
Há muitos anos atrás começou a saga do jovem Gregório Pereira dos Santos, que nasceu na Paraíba e viveu em Barras, cidade a 119 km de Teresina. Nessa época, a região de Barras possuía apenas um veículo, que pertencia a um comerciante e depois passou a ser propriedade da paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
A paróquia era coordenada pelo Monsenhor Lindolfo Uchôa, que estava se preparando junto com autoridades da cidade para receber a visita de D. Severino Vieira de Melo, bispo diocesano de Teresina. O jovem Gregório trabalhava como motorista para o padre Uchôa e foi encarregado de conduzi-lo junto com algumas autoridades locais na viagem em direção à capital, onde buscariam o bispo e o trariam até Barras.
Na saída de Barras, quando o grupo partia em direção a Teresina, Gregório teve a infelicidade de se envolver num acidente que mudaria sua vida. Gregório atropelou uma criança distraída que andava pela rua. Como ainda estava se recuperando de uma doença, o menino atropelado não resistiu aos ferimentos do acidente e terminou morrendo. A morte do garoto causou muita comoção e revolta na cidade. Para piorar a situação de Gregório, o menino era filho do tenente-delegado de Barras, Florentino Cardoso, conhecido pela sua braveza.
Ao tomar conhecimento da morte do filho, Florentino mandou prender o pobre motorista e descontou nele toda a sua indignação. Gregório foi torturado por três longos dias na prisão, sem receber comida nem água.
Ainda tomado pela dor da perda do filho, o delegado trouxe Gregório acorrentado até Teresina. Ao longo de todo o percurso, Gregório implorava por água, mas era inútil, pois nada amenizava o desejo de vingança de Florentino.
Ao chegar em Teresina, às margens do Rio Poty, no trecho que divide os bairros Cabral e Porenquanto, Florentino acorrentou o sedento motorista no tronco de uma árvore e o executou com três tiros nas costas. Aos 18 anos, no dia 17 de outubro de 1927, Gregório perdeu a vida diante das águas do Rio Poty, mas como estava amarrado, morreu implorando por água.
A partir desse fato, algumas pessoas comovidas e testemunhas do assassinato começaram a deixar garrafas de água aos pés da árvore, na esperança de aplacar a sede do motorista. Ao longo do tempo, o finado Gregório foi ganhando devotos e ficando conhecido por atender aos pedidos do povo. Agradecidos pelas graças alcançadas, muitos fiéis continuam a deixar garrafas d'água, velas e ex-votos em sinal de agradecimento pela interseção divina do finado Gregório.
(NOLÊTO, Rafael. Fonte: http://finadogregorio.blogspot.com.br - Acesso em 05.08.13. Texto adaptado).
Na frase “... em direção a Teresina”, a preposição “a” não recebe a crase porque a palavra “Teresina” não exige o artigo “a”. Assinale a opção em que a ausência da crase está INCORRETA.