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O orgulho é a consciência (certa ou errônea) do nosso valor próprio; a vaidade é a consciência (certa ou errônea) da evidência do nosso valor aos olhos dos outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser a um tempo vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. À primeira vista, é difícil compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso valor no conceito dos outros sem a consciência do nosso valor em si. Se a natureza humana fosse racional, não haveria qualquer explicação. No entanto, o homem vive primeiro uma vida exterior, e depois uma vida interior; a noção do efeito precede, na evolução do espírito, a noção da causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser tido em alta conta por aquilo que não é a ser tido em meia conta por aquilo que é. Assim opera a vaidade.

 

Walmir Ayala (Coord e introd ) Fernando Pessoa Antologia de Estética.

Teoria e Crítica Literária Rio de Janeiro: Ediouro, 1988, p 88-9 (com adaptações)

 

Acerca dos aspectos linguísticos do texto precedente e das ideias nele contidas, julgue o próximo item.

 

A correção gramatical e as informações do texto seriam preservadas caso o período “À primeira vista, (...) do nosso valor em si” fosse assim reescrito: Como é possível ser vaidoso sem ser orgulhoso, parece algo, à um primeiro olhar, difícil de se entender.



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