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Texto – “Praça Portugal, debate salutar”
Projetos e ações de engenharia de trânsito, que se ocupam da circulação de veículos e engenharia de tráfego e que planejam a construção de vias, devem observar a seguinte ordem de prioridades quanto aos beneficiários: pedestres, ciclistas, transportes coletivos e, por último, veículos particulares.
Assim sendo, a proposta da Prefeitura Municipal de Fortaleza de transformar a praça-balão ou praça-rotatória Portugal em quatro praças com um cruzamento sem rotatória das avenidas Desembargador Moreira e D. Luís atende a qual dessas prioridades? Quem será o segmento mais beneficiado?
O pedestre, que acessará as praças referidas sem o incômodo, o desconforto e o perigo a que está submetido hoje, para chegar e sair da praça-rotatória Portugal.
Praça-rotatória prioriza veículos automotores no lugar de pedestres. A praça-rotatória Manuel Dias Branco para onde confluem as avenidas Aguanambi, Eduardo Girão e BR 116 é outro exemplo disso em Fortaleza. Mesmo com uma passarela de acesso, possui uma frequência quase zero de pessoas.
Há tempo que a praça-rotatória Portugal necessita de um novo desenho que equacione o intenso e congestionado trânsito de passagem, que a circunda devido às atividades que atraem e geram viagens na sua circunvizinhança, e à baixa frequência de uso pelas pessoas por causa das dificuldades de acesso a ela. Transformar o polígono em que está inserida em quatro praças com amplo acesso para os pedestres e com um cruzamento viário que organiza e disciplina o fluxo de veículos por meio de semáforo é uma proposta que garante conforto, bem-estar e segurança no usufruto do espaço público pelos pedestres.
Debater proposta dessa magnitude é salutar, prudente. Além dos parágrafos anteriores, apresento como contribuição o pronunciamento de 1996, proferida na solenidade de posse da Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor de Fortaleza, representando seus componentes, em que afirmava: “a crítica e a apresentação de estratégias, por qualquer setor da sociedade, não podem ser assimiladas pelos governantes de maneira negativa, mas como algo benéfico, natural e inerente ao direito e à pluralidade de opinião, afirmação maior da democracia que se concretiza pela política, como campo de possibilidades para o equacionamento dos conflitos e das contradições entre o público e o privado, o particular e o coletivo, a permanência e a transformação do status quo. Paciência, generosidade e negociação constituem palavras-chave para operacionalizar a solução dos conflitos, procurando construir consensos, explicitar e afirmar dissensos, na busca de processar novos consensos. Uma gestão democrática e uma cidade saudável requerem esse caminho político, sob pena de nos perdermos pelos descaminhos da burocracia, do corporativismo, do imediatismo das soluções simplórias e do clientelismo.” Ou sermos dominados pelos partidários da tecnocracia que em geral desprezam os fatores culturais, humanos, sociais e privilegiam os mecanismos econômicos na tomada de decisões.
Joaquim Cartaxo, Arquiteto urbanista.
Fonte: http://www.blog.opovo.com.br/blogdoeliolima,13/03/2014.
Acesso em 04/05/2014. (Texto Adaptado.)
De acordo com o texto, a praça-rotatória Portugal