Enunciados de questões e informações de concursos
O aspecto da implantação do português no Brasil explica por que tivemos, de início, uma língua literária pautada pela do Portugal contemporâneo. A sociedade colonial considerava-se um prolongamento da sociedade ultramarina. O seu ideal era reviver os padrões vigentes no reino.
Já para a língua popular as condições eram outras. A separação no espaço entre a população da colônia e a da metrópole favoreceu uma evolução linguística divergente. Acresce que, com o encontro, em território americano, de sujeitos falantes de regiões diversas da mãe-pátria, cada um dos quais com o seu falar próprio, se realizou um intercurso, intenso e em condições inéditas, de variantes dialetais, conducente a nova distribuição e planificação linguística. Mesmo sem insistir em tal ou qual ação secundária das novas condições de vida física e social e de contato com os indígenas (e posteriormente com os africanos), é obvio que a língua popular brasileira tinha de diferençar-se inelutavelmente da de Portugal, e, com o correr dos tempos, desenvolver um coloquialismo ou sermo cotidianus seu.
Joaquim Mattoso Câmara Junior. A língua literária. In: Evanildo Bechara (org.). Estudo da
língua portuguesa: textos de apoio. Brasília: FUNAG, 2010, p. 292 (com adaptações).
No que concerne aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
Os vocábulos “africanos” e “correr”, originalmente pertencentes à classe dos adjetivos e dos verbos, respectivamente, foram empregados como substantivos no texto.