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O caminho de volta

 

“Sossega, menino, parece que tem bicho-carpinteiro no corpo!”, ralhava minha mãe. Nunca consegui saber com exatidão como era o tal bicho-carpinteiro. Luís da Câmara Cascudo, mestre de sapiência maior nessas coisas do povo, nada esclarece, mas, pelo sentido da frase, dá para entender que é alguma aflição que nos faz viver num movimento perpétuo. Se é isso mesmo, não creio que seja defeito para um repórter. Pelo menos, nos faz sempre voltar para a cidade de onde partimos, que é aquela cujas esquinas conhecemos, onde esbarramos nas ruas com conhecidos ou com velhos amigos, cujos cheiros, sons e cores nos trazem lembranças. É muito bom ter para onde voltar, posso garantir, tendo passado tantos anos proibido de fazer esse retorno. Joaquim du Bellay, poeta renascentista francês, nos ensina que “feliz é quem, como Ulisses, fez uma bela viagem, e, depois, voltou, cheio de sabedoria, a viver o resto de seus dias entre os seus parentes”.

 

ALVES, Marcio Moreira. O Globo. 18 dez. 2003.

 

Considere as afirmações:


I - Nas lembranças da infância e nos livros de Câmara Cascudo, o cronista aprendeu o que é bicho-carpinteiro.


II - Os laços afetivos sempre trazem de volta à sua cidade o repórter que um dia partiu.


III - O texto de Joaquim du Bellay, citado na crônica, traça um ideal de vida.


De acordo com o texto, é(são) verdadeira(s) a(s) frase(s):



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