TEXTO 5
Não sei se podemos nos arrepender do que nos fazem, já que não podemos impedir que façam – argumentei. Quase nunca podemos, e, ainda assim, os piores arrependimentos são do que deixamos que nos façam. […] É... a boca banguela da vida não brinca em serviço. Mas ainda bem que podemos ser diferentes do que fomos. […] Sob o véu da inocência reside uma capacidade tremenda de ferir. Não dependemos de discernimento para fazer grandes estragos. O que realmente nos fere, sempre envolve o que amamos.
MADEIRA,Carla.A Natureza da Mordida. São Paulo:Record, 2022. (Adaptado)