Existem muitas maneiras de se enxergar uma empresa. Uma delas é vê-la como uma máquina. E não se trata de uma analogia nova. A era industrial foi construída com base nesse paradigma, sustentado pelas teorias dos cientistas Taylor e Fayol, que acreditavam (e isso fazia sentido para a época em que viveram) que uma empresa tinha de funcionar como um infalível relógio ou como uma locomotiva, programada para cumprir, rigorosamente, seus tempos de parada e locomoção, de maneira a garantir o andamento do sistema ferroviário, sem atrasos nem acidentes. Para isso, colocaram a produtividade como principal meta, assegurada por um sistema técnico de alta eficiência.
Uma empresa até pode se parecer com uma máquina, quando existe uma tarefa contínua a ser desempenhada. Nesse caso, a mecanização da tarefa, de maneira integralmente repetitiva, pode diminuir a quantidade de erros. O mesmo raciocínio continua valendo, se a empresa estiver situada em um ambiente estável, ou seja, onde os fatores externos pouco ou nada interferem no seu desempenho. Ou quando a criatividade, produto mais nobre e valioso do sistema humano, é considerada indesejável.
Tornar as tarefas repetitivas para eliminar erros é, talvez, o maior equívoco em que se pode incorrer. Afinal, os erros acontecem justamente quando o indivíduo liga o piloto automático. E o piloto automático é acionado quando o trabalho a ser feito não traz significado algum para aquele que o executa. Destituído de sentido, o trabalho se transforma em tarefa enfadonha, que traz apenas aborrecimento, o que, por sua vez, gera a pressa de acaba logo com aquela tortura, na ânsia de reencontrar a alma deixada na porta de entrada da empresa, ao lado do marcador de ponto.
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