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Questão 1 de 1

Obesidade na adolescência: taxa no Brasil é quase o dobro da média global

 

Por Vanessa Lima

 

A cada dez adolescentes brasileiros, atualmente, três têm obesidade ou sobrepeso. Enquanto por aqui a obesidade e o sobrepeso afetam 31% dos adolescentes, a média do mundo é de 18%, de acordo com o levantamento “Observatório da Saúde na Infância”. Embora as taxas de obesidade e sobrepeso entre as crianças menores também tenham aumentado e sejam maiores no Brasil em comparação com a média global, a incidência do problema nos adolescentes preocupa os pesquisadores sobremaneira, por ser algo ainda mais impactante. Mas por que a adolescência é uma fase tão vulnerável para esse ganho exagerado de peso?

 

As principais explicações estão relacionadas às mudanças físicas do corpo que ocorrem nessa fase da vida, somadas ao momento do desenvolvimento social e emocional, além da alimentação e do estilo de vida. De acordo com a nutricionista Alessandra Leonardo, no início da adolescência, há uma hiperplasia celular, ou seja, um ganho acelerado de células adiposas. “Nesse período, o adolescente vai ganhar peso para sustentar o estirão do crescimento, mas esse aumento não deve ser exagerado. Existe também toda a modificação da puberdade, com o crescimento das mamas, dos testículos, dos pelos e as alterações hormonais”, explica.

 

A parte emocional, nessa fase da vida, também tem um grande impacto. “A adolescência é um período em que o indivíduo está aprendendo a lidar com as próprias emoções, a tomar decisões, a lidar com conflitos e a administrá-los sozinho”, lembra a professora Raquel Boff, da Universidade de Caxias do Sul. “Tudo é muito intenso. O adolescente se apaixona pela primeira vez e geralmente se ilude no amor. Os amigos são tudo para ele. Há uma certa desregulação emocional”, aponta. E é natural que isso aconteça dessa maneira. Em muitos casos, a estratégia de enfrentamento a essas emoções envolve algum tipo de transtorno alimentar.

 

Quando a criança é pequena, os familiares ainda controlam as suas refeições. Já o adolescente tem mais opções em seus cardápios. “Os adolescentes passam a ter mais autonomia para o consumo de alimentos calóricos e ultraprocessados”, diz a nutricionista Alessandra. “Eles comem mais vezes fora de casa, com os amigos. E as escolhas nesses momentos não costumam ser as mais saudáveis”, salienta. “Quando saem, eles vão geralmente aos shoppings ou ao cinema, em que há todo um estímulo para a alimentação inadequada. Os bons alimentos ficam calados nessa hora”, afirma a especialista.

 

Isso tudo também tem a ver com o fato de os jovens ficarem mais tempo dentro de casa diante das telas, acessando a internet para conversar com os amigos apenas virtualmente ou entrar nas redes sociais, nos aplicativos de mensagens e em jogos online. “A tendência, nessas situações, é aumentar o consumo de alimentos e diminuir drasticamente o nível de atividade física”, enfatiza a nutricionista da Fiocruz. Isso sem falar nos impactos no sono, sendo que dormir bem e por uma quantidade de tempo adequada é uma ferramenta importante para manter a saúde e combater a obesidade e o sobrepeso. Além de todos esses fatores ligados ao ambiente e aos hábitos, é preciso, ainda, avaliar o contexto familiar. Em alguns casos, existe o risco genético, quando a mãe, o pai ou outros familiares próximos também são obesos.

 

Para Alessandra, prevenir a obesidade é olhar para os hábitos alimentares e de atividade física dos jovens, além do estilo de vida. “É importante regular o tempo de tela, o sono, trabalhar a conscientização sobre a alimentação. A prática de atividade física recomendada para um adolescente, de acordo com o Ministério da Saúde, é de pelo menos 60 minutos diários”, alerta. Manter um bom padrão de sono, entre 8 e 10 horas, também é fundamental. “As escolas precisariam aumentar a atividade física para os jovens, melhorar as refeições, os alimentos vendidos nas cantinas, reduzindo, por exemplo, a venda de bebidas açucaradas”, orienta. Para ela, em termos de políticas públicas, pode-se pensar em uma taxação em alimentos e bebidas com mais açúcar, por exemplo, o que reduziria o consumo. “A arrecadação extra abre a possibilidade para a ampliação de investimentos sociais em reeducação alimentar”, sugere.

 

(Disponível em: revistacrescer.globo.com/pre-adolescentes/saude/noticia/2024/03/obesidade-na-adolescenciataxa- no-brasil-e-quase-o-dobro-da-media-global.ghtml– texto adaptado especialmente para esta prova)

 

A parte sublinhada do período “O adolescente se apaixona pela primeira vez e geralmente se ilude no amor”, retirado do texto, corresponde a uma oração:



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