Aedes hackeado. (Parte 2)
Ambas são soluções de longo prazo. A ferramenta que temos em mãos para combater a epidemia atual são as vacinas. Existem duas aprovadas no Brasil: Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur, e QDenga, do japonês Takeda.
A Dengvaxia foi registrada em 2015, e só é indicada para pessoas que já tiveram dengue antes, e que moram em áreas endêmicas. Os estudos clínicos mostraram que pacientes soronegativos que tomaram a vacina e depois contraíram dengue tinham mais chances de apresentar quadros graves. É útil, mas tem condições limitantes - e não está disponível no sistema público.
A maior parte das fichas está apostada na QDenga. Ela previne 63% dos casos de dengue sintomáticos, e 85% das internações. Além disso, pode ser aplicada em qualquer pessoa, não importando se ela já teve a doença ou não. A vacina começou a ser distribuída pelo SUS em fevereiro deste ano, com o público alvo sendo crianças de 10 a 14 anos: essa é a faixa etária com o maior número de hospitalizações por dengue. O imunizante é aplicado em duas doses, com três meses de separação entre elas.
Em 2025, é provável que o Brasil tenha uma terceira vacina - dessa vez, desenvolvida aqui mesmo. No início deste ano, o Instituto Butantan publicou os resultados do último ensaio clínico de seu imunizante contra a dengue (6). 16.235 pessoas entre dois e 59 anos participaram do estudo. A vacina apresentou 79,6% de eficácia geral.
(Super Interessante,Março de 2024)