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MAMI GEOGR'ÁFRICA

 

Se há continente que eu quero que seja igual aos meus sonhos é este. Todas as cores sem nenhuma das dores.

 

Um belo dia, daqueles que começam com um nascer do sol cor de Fanta e com OS animaizinhos todos a cantar, eu caí em África, transparente que nem garrafa de vidro. Depois de muita traultada e sem saberem o que fazer comigo, os africanos decidiram devolver-me aos deuses. Mas para eu lá chegar teria que empreender uma odisseia e peras pelo mais quente continente.

 

Qualquer semelhança com esta coincidência será pura realidade. Pois todas as viagens começam naquela irresistível fronteira que fica entre alguma imaginação e demasiada televisão.

 

Decidi então pintar de cor-de-rosa quatro países do mapa. Do Cairo ao Cabo, sem contar com eles, nem com outros. Um ultimato fez-me começar por Moçambique, nível Zero, língua-mãe, passar ao lado, pelo lago que é o Malawi, ficar atazanada com décor da Tanzânia e deixar o Quénia a suspirar “Mami Minha”.

 

Ah, Africa. O Santo Graal dos viajantes. Nem imaginam como eu tenho evitado África nos últimos oito anos de viagens no hemisfério de baixo. O medo, o fascínio, as estradas, o preço, as guerras, os safaris, o Robert Redford a lavar o cabelo à Meryl Streep, os tiranos, as doenças, o= Timon e o Pumba, as cores, a música, o Eddie Murphy a acordar em Zamunda, o sol, a terra, as chuvas, Awimbawé...

 

Se há continente que eu quero que seja igual aos meus sonhos é este. Todas as cores sem nenhuma das dores. Hei de ser uma daquelas velhotas de capulana em xaile, sempre a falar do cheiro de África, cheia de África e de chiliques.

 

Mas antes disso tenho de provar que dá para fazer este cantinho de África de carripana, a comer, ora marisco ora banana, a dormir por dois tostões e a acordar tostada, a fazer safaris com a bicharada ou simplesmente a fazer nada (ai, o que eu gosto de ser disso culpada).

 

  Quanto aos Meticais, Xelins e Kwachas, casalito, o que equivale a um quarto crescente de Lua-de-mel de pacote, para uns sete diazinhos.

 

Por isso, aproximem bem a cara deste aquecimento e esqueçam o inverno por um momento: há repelente no ar e os mosquitos continuam a picar mas a cepa tuga desta que vos escreve não a deixa vacilar. E: quando a coragem começar a faltar, a barriga se queixar e O cansaço apertar, faço como o Camões € ponho-me a inventar. Que se ele só com um olho viu aquilo tudo, eu com os dois tenho muito que enxergar.

 

Preparados? Eu também nunca! Aqui vamos nós.

Fonte: https://eco.sapo.pt/opiniao/mami-geogafrica/. Acesso em 17/01/2024. Adaptado

 

Hei de ser uma daquelas velhotas de capulana em xaile, sempre a falar do cheiro de África, cheia de África e de chiliques. (5º parágrafo).

 

Nesse trecho, o verbo destacado está flexionado no:



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