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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Questão 1 de 1
Assunto: Sem classificação

Luc Ferry lançou o livro Les Sept Écologie (As sete ecologias), livro bem-vindo, pois compara os diversos discursos ecológicos. Em um ponto, ele parece desafinado com nosso tempo. Ele critica quem humaniza os animais e tenta apagar a diferença entre eles e nós.

 

Ferry diz que os humanos se mobilizam para salvar focas e baleias, mas nunca o contrário. Esperava argumento melhor do que mero antropocentrismo.

 

A pergunta que se poderia(I) fazer a Ferry está no título do livro do primatologista Frans de Waal: "Somos inteligentes o bastante para saber quão inteligentes são os animais?". O autor questiona se a diferença entre nós e eles é abissal ou se este seria mais um argumento que não reconheceria nossa herança animal. Quando julgamos os animais somos ao mesmo tempo juiz e parte interessada em apagar o que temos em comum.

 

Em um experimento de 1964, Jules Masserman mostrou que macacos rhesus têm uma empatia intraespécie extraordinária. Ela montou jaulas de tal forma que, quando um macaco pegava comida, um outro que estava à sua vista tomava um choque. Assim que percebiam a coincidência, preferiam morrer de fome a fazer seu semelhante sofrer. Se um ET chegasse(III) aqui, como julgaria,(II) comparando humanos e rhesus, quem é moralmente superior no trato com o semelhante?

 

Brincar é simular a realidade. Os mamíferos caçam ludicamente, assim como lutam, rosnam e perseguem os outros em conflitos fingidos. Entender que brincar é um momento de suspensão das regras habituais envolve uma operação mental complexa, tanto que há humanos com sérias dificuldades em entender o faz de conta. Talvez captar o "Era(III) uma vez” dos contos de fadas, a senha para entrar na fantasia, seja(III) uma habilidade que derive dessa aquisição cognitiva que procede o humano. Compartilhamos algumas sagacidades com criaturas de muitas pelagens.

 

Supomos ser especiais por termos entrado no mundo dos signos. É certo que a linguagem faz toda diferença, é uma conquista que realmente nos separa dos animais. Mas seguimos sendo desde um corpo animal, fato que pesa no nosso comportamento mais do que admitimos.

 

E ainda, o domínio do simbólico melhorou nossa empatia?

 

Acredito que o amor aos animais, embora às vezes ingênuo ou exagerado, é uma crítica intuitiva ao paradigma de que os animais estariam ao nosso dispor.

 

Creio ser uma discussão aberta, afinal, a ideia da natureza para nos servir deixou o planeta no estado que está. A Terra aproxima-se de uma catástrofe climática e os estúpidos seriam os animais…

 

Adaptado de: CORSO, M. Somos inteligentes o bastante para saber quão inteligentes são os animais?

Disponível em:<https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/mariocorso/ noticia/2022/08/

somos-inteligentes-o-bastantepara- saber-quao-inteligentes-sao-os-animaiscl7

gm60km003e0153mgguy0ra. html>. Acesso em: 12 nov. 2022.

 

Considere as afirmações abaixo, sobre os tempos verbais presentes no texto.

 

I - Os verbos poderia e julgaria estão conjugados no mesmo tempo e modo.

 

II - O verbo chegasse está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo.

 

III - Os verbos Era e seja estão conjugados no mesmo modo.

 

Quais estão corretas?



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