Enunciados de questões e informações de concursos

Prefeitura Municipal de Macaíba
Questão 1 de 1

Precisamos resgatar a doçura das abelhas

 

Borboletas coloriam os jardins da minha infância. [...] As abelhas, principalmente as pequenininhas, me assustavam ao se embaraçarem no anelado dos meus cabelos. E o céu, quantas estrelas a dividirem o imenso espaço!

 

O passar dos anos me afastaram de muitas coisas que deixaram saudade, e quando sobra tempo para caminhar pela cidade, não deparo com esses antigos “sabores”. Vez ou outra, fico a imaginar por onde andarão as borboletas, os pirilampos a produzirem bioluminescência e, até mesmo, as abelhas. Quanto ao céu, quando o contemplo, muitas estrelas parecem ter desaparecido. Não vejo mais as cadentes e sorrio cada vez que reencontro as Três Marias e o Cruzeiro do Sul, nos momentos em que a maioria dorme e que o silêncio é o que mais ouço ao meu redor.

 

Nasci no século XX e estou aqui em pleno século XXI procurando acompanhar as mudanças. Confesso que há momentos em que o fôlego parece faltar e que muito tenho deixado de lado, pois caso contrário a sensação de estar obsoleta tomará conta de mim. As cenas dos filmes de ficção invadiram a realidade e, se lá atrás as abelhas me assustavam, hoje me apavora a ausência delas. Sem abelhas, sem a polinização de mais de setenta das cem plantas que servem de alimento para toda a humanidade. Impacto devastador. Ai de ti, ai de mim, ai de nós! Sem abelhas, sem mel.

 

Tudo leva a crer que passou da hora de resgatarmos toda a doçura de que somos capazes. Preocupados demais com o que nos torna mais competitivos, mais ágeis, mais diferenciados, estamos deixando de enxergar e de cuidar do que há de humano e de divino em nós. É preciso mais colaboração, mais dedicação e comunhão. Investimos em Inteligência Artificial para mantermos os nossos negócios e surpreendermos com experiências de encantamento os nossos clientes, e muitas vezes não acessamos a sabedoria humana que requer apenas um certo olhar, amor, gratidão e atitudes que já participam de forma natural do nosso DNA.

 

Se ainda parece pouco, vamos além. O alerta está por todos os lados. Desmatamento no mundo, superfície que superaquece, aquecimento global, poluição, derretimento das geleiras. Sobre a Terra e sob as águas, o risco de extinção de um milhão de espécies de plantas e animais. Diante desse fato incontestável, a maioria parece até a própria geleira. Como se a sua existência passasse ao largo de tamanha obviedade.

 

No meu imaginário, vejo uma estrela cadente. O meu desejo é tão intenso quanto ela. Desejo de que possamos ver a reversão desse processo. Borboletas multicor, abelhas fabricando mel, Via-Láctea brilhando sobre nós, fauna e flora em todo o seu esplendor e a humanidade livre do medo da intenção do desconhecido que vai ao lado. Cadeiras na calçada ao anoitecer, crianças correndo atrás da bola, educação, (com)paixão... quem sabe?! Assumamos o comando com comprometimento profundo e vamos juntos servir ao mundo.

 

(Claudia Maria Chaves, Casa Vip. Edição 02/2019. Adaptado.)

 

Observando-se a estética da linguagem, é possível afirmar que a partir das relações de significado estabelecidas entre as frases e palavras no contexto apresentado, é perceptível ao leitor a expressão de ideias a partir de determinadas figuras de linguagem. Observe os fragmentos destacados a seguir:

 

I. “[...] não deparo com esses antigos ‘sabores’.” (2º§)

II. “[...] nos momentos em que a maioria dorme [...]” (2º§)

III. “Borboletas coloriam os jardins da minha infância.” (1º§)

IV. “[...] resgatarmos toda a doçura de que somos capazes.” (4º§)

 

Pode-se constatar o emprego de figura de linguagem apenas em



spinner
Ocorreu um erro na requisição, tente executar a operação novamente.