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Leia o texto abaixo.

 

Vaca Estrela e Boi Fubá

 

Seu dotô, me dê licença

Pra minha histora eu contá.

Se hoje eu tou na terra estranha

E é bem triste o meu pená,

Mas já fui muito feliz

Vivendo no meu lugá.

Eu tinha cavalo bom,

Gostava de campeá

E todo dia aboiava

Na portêra do currá.

Ê ê ê ê Vaca Estrela,

Ô ô ô ô Boi Fubá.

 

Eu sou fio do Nordeste,

Não nego o meu naturá

Mas uma seca medonha

Me tanjeu de lá pra cá.

Lá eu tinha meu gadinho

Não é bom nem maginá,

Minha bela Vaca Estrela

E o meu lindo Boi Fubá,

Quando era de tardezinha

Eu começava a aboiá.

Ê ê ê ê Vaca Estrela,

Ô ô ô ô Boi Fubá.

 

Aquela seca medonha

Fez tudo se trapaiá;

Não nasceu campim no campo

Para o gado sustentá

, O sertão esturricou,

Fez os açude secá,

Morreu minha Vaca Estrela,

Se acabou meu Boi Fubá,

Perdi tudo quanto tinha

Nunca mais pude aboiá.

Ê ê ê ê Vaca Estrela,

Ô ô ô ô Boi Fubá.

 

E hoje, nas terra do Su,

Longe do torrão natá,

Quando vejo em minha frente

Uma boiada passá,

As água corre dos óio,

Começo logo a chorá,

Me lembro da Vaca Estrela,

Me lembro do Boi Fubá;

Com sodade do Nordeste

Dá vontade de aboiá.

Ê ê ê ê Vaca Estrela,

Ô ô ô ô Boi Fubá.

 

ASSARÉ, Patativa do. Patativa do Assaré. Antologia poética. Organização e prefácio de Gilmar de Carvalho. 8. ed., Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010, p. 166-167.

 

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