“Chaplin, em sua defesa do cinema mudo, exprimia o temor de que a palavra aumentasse essa terrível passividade que é sua permanente adequação à civilização de massas. A música o salva porque, através dela, fica depois do filme esse sentimento de ‘mistério’ com o qual podemos dialogar: sempre recordamos o encanto e a pena de Luzes da ribalta através de sua música. Essa é uma grande vitória artística de Chaplin. Dizemos normalmente que a melhor música de cinema é aquela que nos ajuda a criar um espaço mágico, porém sem chamar em demasia a nossa atenção. Ouvi-la como ‘fundo’ ajuda a intensidade da visão”.
SOPEÑA, Frederico. Música e literatura. São Paulo: Nerman, 1989. p.157.