Odê ao burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
(ANDRADE, Mario de. in; TELES, Gilberto de Mendonça. Vanguarda Europeia
e Modernismo Brasileiro, Rio de Janeiro. Vozes, 1972.)
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(Oswald de Andrade ANDRADE, O. Obras completas.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.)