A Internet e seus serviços básicos, tais como a World Wide Web (rede de alcance mundial) e o correio eletrônico, têm criado um novo espaço para a realização de negócios. Esse novo ambiente fornece para os agentes econômicos (empresas e indívíduos) canais alternativos para trocar informações, comunicar‐se, transferir diferentes tipos de produtos e serviços e iniciar transações comerciais.
No Brasil, a exploração do ambiente digital, derivada da utilização ampla e intensa das tecnologias de informação e comunicação que formam a infraestrutura de comunicação pública e que inclui a Internet, está em um estágio intermediário, cuja evolução prevê a sua utilização para o fornecimento e a troca de informação, a comunicação e a realização de transações.
Iniciada com a publicação de informações institucionais, essa evolução tende a se desenvolver até a criação de comunidades, tanto de empresas quanto de pessoas, formando o ambiente de negócios na era digital.
Definido como a realização de toda a cadeia de valores dos processos de negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação, que atenda aos objetivos de negócio, o comércio eletrônico engloba processos que podem ser realizados de maneira completa ou parcial, incluindo as transações negócio a negócio, negócio a consumidor e intraorganizacional na Internet, considerada infraestrutura de informação e comunicação predominantemente pública, de acesso fácil, livre e de baixo custo. Essa definição permite entender que a realização dessa cadeia de valores deve incluir desde a distribuição de informações de produtos e serviços até a realização de transações entre as partes que compõem o ambiente de negócio.
Visto como uma forma de estratégia competitiva, o comércio eletrônico permite que as organizações obtenham muitas vantagens com a sua utilização: proporciona vantagens de custos, permite diferenciação de seus produtos e serviços, possibilita melhor relacionamento com clientes, permite a entrada mais fácil em alguns mercados, possibilita o estabelecimento de barreiras de entrada, auxilia a introdução de produtos substitutos, facilita a eliminação de intermediários e, também, o surgimento de novos intermediários que adicionem valor mediante a informação, e permite novas estratégias competitivas, com o uso de sua tecnologia.
Alberto Luiz Albertin e Rosa Maria de Moura Albertin. A evolução do comércio eletrônico no mercado brasileiro.
In: Ministério da Ciência eTecnologia (org.). Internet comercial. Brasília: Secretaria de Política de
Informática, 2005, v. 1, p. 135‐157 (com adaptações).