Leia atentamente o texto a seguir para responder à questão.
NAVEGUE NAS REDES SOCIAIS SEM BOTAR A SAÚDE EM RISCO
Cada vez mais conectados, encurtamos distâncias, ganhamos tempo e fazemos amigos.
Mas, sem bom senso, já tem gente pagando um preço: o bem-estar
André Bernardo
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O uso obsessivo de mídias sociais começa a ser associado a males físicos, como ganho de peso e problemas de coluna, e transtornos mentais, caso de ansiedade e depressão.
Uma pesquisa da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte, indica que a overdose de Twitter, Instagram e Snapchat, entre outras, patrocina uma vida sedentária. Dos 353 estudantes que responderam a um questionário on-line sobre o tempo gasto nas redes e em exercícios físicos, 65% admitiram que não praticam tanto esporte quanto gostariam. “Se você está boa parte do dia nas mídias sociais, pode ter certeza de que outras atividades serão negligenciadas. No futuro, o preço a pagar será alto: obesidade, diabete e doenças cardiovasculares”(a), avisa a psicóloga e coordenadora do trabalho Wendy Cousins.
Os prejuízos de levar uma rotina exageradamente on-line são até mais imediatos na saúde mental. Quanto mais tempo ficamos conectados, maior o risco de desenvolver sintomas de depressão, constata um experimento da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para chegar a tal conclusão, a equipe do médico Brian Primack monitorou a vida digital de 1.800 internautas, entre homens e mulheres de 19 a 32 anos.(b)
Em média, os voluntários gastavam 61 minutos por dia e acessavam as redes 30 vezes por semana(c). Entre o grupo que apresentou maior quantidade de acessos semanais, a probabilidade de sentir-se deprimido era três vezes maior. “As pessoas que passam muito tempo nas mídias sociais tendem a ser mais ansiosas e depressivas. Por ora não dá para estabelecer uma relação de causa e efeito, mas é preciso refletir: é o internauta quem usa as redes sociais ou são as redes sociais que usam os internautas?”, provoca Primack.
Quando a moderação sai de cena e as plataformas digitais são mal usadas, a vida escolar (e, mais tarde, a profissional) paga o pato. Jovens de 12 a 15 anos estão penando com o cansaço em sala de aula, de acordo com um estudo britânico com 900 estudantes. A investigação descobriu que um em cada cinco acorda durante a noite para checar e responder mensagens(d). No dia seguinte, adeus foco e atenção à lousa e aos livros. “Ainda não sabemos se os adolescentes acessam as redes sociais porque estão sem sono ou se perdem o sono por causa delas. Na dúvida, recomendo aos pais que, na hora de dormir, retirem tablets e smartphones de seus quartos”, diz a educadora Sally Power, da Universidade de Cardiff, no País de Gales.
A psicóloga Ana Luiza Mano, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, explica que não existe idade ideal para os pais comprarem celular para os filhos ou liberarem seu acesso a algumas redes. Mas ressalva que as crianças tendem a seguir o modelo que têm em casa(e). “Cabe aos pais orientá-las sobre a melhor maneira e a frequência certa de utilização das mídias sociais”, propõe.
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Disponível em https://saude.abril.com.br/bem-estar/navegue-nas-redes-sociais-sem-botar-a-saude-em-risco/ Texto adaptado