Enunciados de questões e informações de concursos

A autoridade policial e o agente da estação abriram caminho, pedindo a todos que se afastassem (1). Cada qual queria ser o primeiro a ver a cara do engenheiro (2). Este, calmo e alto, surgiu na plataforma do vagão.

 

Não sabia que viajara com algum personagem importante; mas logo, pela convergência geral dos olhares em sua pessoa, compreendeu tudo. E empalideceu. Alguém teria dado o aviso de sua chegada (3).

 

Houve o silêncio de alguns instantes para a “tomada” de sua figura; em seguida, rompeu um murmúrio indistinto, mas hostil, cortado pelas sílabas tônicas de alguns palavrões conhecidos, se não de palavrões sussurrados por inteiro.

 

– Para o Hotel Bela Vista? Interrogou o delegado.

 

– Sim, respondeu o acusado numa voz firme que reconheceu não ser a sua.

 

Os moleques tinham combinado uma vaia com busca- pés que o perseguissem durante o trajeto até o Hotel.

 

Maltrapilhos e abandonados, brigavam sempre entre si, mas o fato de ter sido um deles a vítima, unia-os agora no ódio comum ao engenheiro (4). Disso tirou partido o próprio escrivão do crime com uma parcialidade que a população aplaudia, e que o juiz da Comarca, severo, mas sempre alto e distante no desempenho de suas funções, ignorava.

 

De tal juiz se dizia que era bom demais para aquele burgo. (...) Nunca porém o quiseram elevar àquelas cumeadas. Sempre elogios, jamais a promoção.

 

Mediante manobras mesquinhas que escapavam aos olhos do juiz (5) sempre voltados para o mais alto e o mais longe, o seu esperto escrivão conseguira prestígio e se fazia temido na cidade. (...)

 

[Já em seu quarto, aparece a dona hotel com chá e frutas]

 

– O senhor deve estar lembrado de mim.

 

– Sim, como não?

 

– Vinte e tantos dias o senhor foi meu hóspede, não é verdade?

 

Colocou a bandeja na mesa. O engenheiro permanecia silencioso. (...)

 

A hoteleira não leva a mal o mutismo do hóspede (6). Estava triste e preocupado, era natural. (...) Ao sair, lembrou-se de dizer:

 

– Há um advogado lá embaixo, na sala, querendo falar-lhe. (...)

 

– Hein?!... Faça-o subir, tenha a bondade. (...)

 

O advogado entrou ofegante. A porta bateu-lhe atrás com estrondo. Vinha oferecer-lhe seus serviços profissionais. Ali, naquela terra, tirante o juiz, “fique certo, seu doutor, ninguém mais presta, nem eu mesmo!” (...)

 

– A que horas é o interrogatório? Perguntou calmamente o engenheiro.

 

Dentre as expressões numeradas no texto, assinale a alternativa que apresenta quais aceitariam a mesma construção que a do período: “A porta bateu-lhe atrás com estrondo”, quando substituído um de seus termos pelo equivalente pronome (lhe, lhes), mantendo, inclusive, a colocação posterior ao verbo.



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