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Texto I – questão
“Neste mundo em que vivemos, onde o conceito de cidadania se dilui cada vez mais e onde o Estado é tragicamente ausente, a Máfia surge como um modelo cheio de futuro.” Este alerta(A) foi dado pela jornalista Marcelle Padovani, em 1991, ao lançar em livro o testemunho do magistrado italiano Giovanni Falcone, que, após onze anos de trabalho antimáfia(B) em seu escritório- fortaleza no Palácio da Justiça de Palermo, explicava essa organização siciliana: “Ela é mais séria e sólida do que o Estado. Tem leis claras e rigorosos códigos de ética. Seus membros são dotados de aguda inteligência, notável capacidade de trabalho e grande talento organizacional. É um fenômeno criminal de uma gravidade sem precedentes.”
A história da Máfia é antiga. O primeiro registro dessa palavra é de 1862, em I Mafiusi di la Vicaría, comédia popular acerca de bandidos em uma prisão de Palermo. Em 1865, o prefeito palermitano Filippo Gualterio já usava o termo como sinônimo de “associação delinqüente siciliana”. Desse modo, perderam-se outros significados, como os levantados pelo etnólogo Giuseppe Pitrè, que afirma que antes de 1860 o termo era sinônimo de “beleza” e de “excelência”,(C) decorrendo daí que um homem de coragem seria um mafiusu, e uma bela jovem(D), uma mafiusedda.
Segundo Alfio Mastropaolo, o embrião dessa organização surgiu com a unificação da Itália, em 1860, quando latifundiários perderam o direito de ter milícias privadas e formaram, em contrapartida, grupos armados para manter(E), quase secretamente, a estabilidade das relações
econômicas entre camponeses e seus patrões. “Assim surgiu uma forma de monopólio da violência que substituía os poderes estatais.” Mais tarde, a Máfia consolidou-se.
Marco Frenette. Homens “de honra”. “Poder”. In: Fórum, n.o 6, 2002, p. 21 (com adaptações).
Considerando as relações morfossintáticas, semânticas e discursivas do texto I, assinale a opção correta.