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Texto I

 

Faço compras no supermercado. Encho o tanque do automóvel. Compro um livro, um filme, um CD. Vou almoçar, pago a conta, saio. E então reparo que não encontrei um único ser humano em todo o processo. Só máquinas. Eu, o meu cartão de crédito ― e uma máquina. Então penso: será que Paul Lafargue (1842–1911) tinha razão?

 

Lafargue é pouco lido hoje em dia. Genro do famoso Karl Marx, Lafargue escreveu O direito à preguiça em finais do século XIX. Para deixar uma mensagem otimista: a humanidade deixará o trabalho para trás porque o progresso tecnológico vai libertar os homens da condenação da jornada.

 

A mensagem de Lafargue é uma espécie de profecia bíblica do avesso: quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso, Deus condenou o par desobediente a ganhar a vida com o suor do rosto. As máquinas, escreveu Lafargue, permitirão que os homens regressem ao paraíso, deixando as canseiras da labuta para os brinquedos da tecnologia.

 

Não sei quantas vezes li o opúsculo de Lafargue. Umas dez. Umas cem. Sempre à espera do dia em que a máquina libertaria os homens para o lazer.

 

João Pereira Coutinho. Nós, os escravos. In: Internet:

<www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).

 

Em relação às estruturas linguísticas e às ideias do texto I, julgue o item a seguir.

 

Haveria prejuízo para a correção gramatical do texto se, feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto final logo após “século XIX” fosse substituído por vírgula.



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