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No século XIX, o cientista americano W. D. Miller^{A)} foi o primeiro autor a apontar o consumo de açúcares como fator causal da cárie dentária. No século XX, na década de 1960, Paul Keyes, dentista e pesquisador, consolidou o conceito da tríade “microrganismo, hospedeiro e dieta”. A partir de então, o número de trabalhos na área foi crescendo progressivamente, em quantidade e abordagem, e muitos correlacionam os micro e macronutrientes à formação e manutenção dos tecidos orais e, consequentemente, à conservação da saúde.
Uma dieta equilibrada está correlacionada ao estado de saúde oral (na manutenção da saúde dos tecidos periodontais e elementos dentários), bem como à qualidade e quantidade de saliva. O inverso também é verdadeiro. Indivíduos com doenças orais, como ausências dentárias, comprometimento periodontal, xerostomia, lesões com sintomatologia dolorosa, apresentam dificuldade na ingestão alimentar. Assim, pode‐se afirmar que a nutrição afeta a saúde bucal^{B)} e a saúde bucal afeta a nutrição.
A dieta influencia a cavidade oral ainda no período embrionário e durante toda a vida do indivíduo. Durante o período de formação do embrião, a insuficiência de vitaminas e minerais pode provocar deficiência no crescimento mandibular, malformação dentária, bem como baixa absorção proteica^{C)}, o que pode levar à atrofia das papilas gustativas, alteração na cementogênese e dentinogênese e hipoplasia de esmalte. Já o consumo excessivo de gorduras^{D)} pode causar degeneração do parênquima glandular, além da hipossalivação da parótida.
A alimentação está diretamente relacionada também com o aparecimento da cárie dentária, que requer a tríade presença de bactéria, do açúcar ou de outros carboidratos fermentáveis e da secreção salivar. Assim, os metabólitos da transformação dos açúcares pelas bactérias promovem a desmineralização dos tecidos do dente (esmalte e dentina), afetando o seu componente proteico, o que resulta na sua deterioração.
O clássico estudo com os inuítes, membros da nação indígena esquimó do Alasca, corrobora a tese de que o alto consumo de carboidratos aumenta a incidência de cáries dentárias, dada a verificação de baixa incidência de cáries nessa população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda baixo consumo de açúcar, até 5% do consumo total diário, em virtude da forte associação entre esse alimento e a presença de cáries. Uma alimentação saudável também é capaz de prevenir a formação de cáries. Indica‐se, para tanto, o consumo de queijos com propriedades cariostáticas; de leite, por conter cálcio, fósforo e caseína; de fibras, castanhas e gomas de mascar sem açúcar, por estimularem a salivação; além do chá preto, por aumentar a concentração de flúor.
Uma alimentação com quantidades adequadas de vitamina A, que participa da formação das glicoproteínas/mucinas, também exerce um importante fator de proteção contra a formação das cáries.
Outra condição influenciada pelo estado nutricional é a formação do esmalte dentário^{E)}, que depende das vitaminas A e D e do consumo energético e proteico. Já o baixo consumo de ácido fólico, vitamina C e cálcio pode agravar as doenças periodontais.
Internet: <www.localodonto.com.br> (com adaptações).
No que diz respeito à pontuação no texto, assinale a alternativa correta.