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A voz é um dos elementos mais importantes para a comunicação humana, sendo essencial para a vida pessoal e profissional. No entanto, apenas 17% das pessoas costumam realizar consultas com especialistas na área. Em razão disso, a Universidade de Fortaleza, por meio do Programa de Pós‐Graduação em Saúde Coletiva e do Laboratório de Inovação Tecnológica do Núcleo de Aplicação em Tecnologia e Informação (NATI), concebeu e desenvolveu o VoiceGuard, aplicativo que objetiva promover auxílio nos cuidados diários com a voz, principalmente para quem a utiliza como um dos principais instrumentos de trabalho.
A ideia do aplicativo surgiu no trabalho da fonoaudióloga Christina Praça, professora‐doutora em Saúde Coletiva, que coordena o grupo de pesquisa “Comunicação e Inovação para a Promoção da Saúde”. A professora vislumbrou a possibilidade do uso de mecanismos tecnológicos e, junto com a equipe do NATI, adotou os conceitos de mHealth (mobile health, ou saúde móvel) e dinamicidade para compor uma metodologia de trabalho que propicie o acompanhamento da voz, prestando serviço à comunidade e prevenindo problemas de saúde posteriores. “As pessoas muitas vezes entendem a fonoaudiologia como uma área específica de reabilitação. Nós, porém, defendemos que ela é uma área muito importante para a promoção de saúde. Temos um cenário onde os problemas vocais atingem mais de 80% dos professores brasileiros, com poucas ações de promoção da saúde para esse público. Não podemos deixar para tomar medidas quando as pessoas já estão doentes. Promover a saúde e prevenir o adoecimento são sempre as melhores opções”, ressalta a professora Christina Praça.
O VoiceGuard faz parte de uma metodologia de trabalho de fonoaudiólogos e outros profissionais da saúde, sendo adotadas estratégias de jogos para motivar o uso do aplicativo, como alertas e lembretes para a ingestão de água, além de uma ferramenta para a captação do ruído ambiental, que avisa ao usuário se aquele está em um nível aceitável ou prejudicial à voz.
Com dezesseis telas e várias funcionalidades, entre testes, dicas e orientações, o aplicativo ainda produz relatórios de comparação do desempenho vocal, sendo possível enviá‐los para um profissional que acompanhe o usuário e, ainda, controlar o agendamento de exames.
Essa proposta inovadora já trouxe grande reconhecimento ao VoiceGuard, que, em abril de 2016, foi o único projeto da área de saúde contemplado pelo Clinton Global Initiative University, encontro promovido pela Fundação Clinton para discutir iniciativas de benefício público. Em maio do mesmo ano, o uso do aplicativo como ferramenta para alavancar as políticas públicas envolvendo o campo da saúde vocal e saúde do trabalhador foi discutido em sessão especial na 22.ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde.
O VoiceGuard já está disponível para os sistemas operacionais iOS e Android, estando em processo de divulgação e validação em Portugal. Além disso, já conta com o suporte de um curso a distância denominado “Saúde Vocal em Foco”, o qual amplia as possibilidades de formação dos profissionais em saúde vocal e oferece um módulo exclusivo em forma de tutorial para subsidiar a utilização do aplicativo.
“Este trabalho, voltado à saúde vocal do professor e de outros profissionais da voz, tem rendido muitos frutos e reconhecimento à equipe de pesquisadores da Universidade de Fortaleza. Além disso, essa iniciativa evidencia a forte associação entre a pesquisa e a responsabilidade social, porque acreditamos que uma não existe sem a outra. Esperamos trazer ainda mais resultados nos próximos meses e anos, principalmente com a internacionalização da ferramenta”, conclui a professora Christina Praça.
Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
Considerando a tipologia do texto, as ideias nele expressas e seus aspectos linguísticos, julgue o item.
As vírgulas empregadas, respectivamente, após “VoiceGuard” e “voz” isolam trecho que tem função explicativa.