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Reflexões sobre o filme “Extraordinário


Após assistir ao filme Extraordinário ouvi alguns comentários de amigos que me chamaram a atenção. Me disseram que ficaram com medo, que sentiam pena, ou que a imagem do menino no cartaz do filme era muito impressionante. Todas essas observações vieram de adultos que se sentiam impactados pela imagem, que vivenciavam um estranhamento e permaneciam nele. Senti então uma vontade de escrever e refletir aqui sobre as questões às quais o filme nos convoca.


Auggie Pullman é um garoto de 10 anos que carrega no rosto as marcas de sua história. Desde que nasceu sua família se dedica aos seus cuidados, buscando suprir suas necessidades afetivas, de saúde e escolares, mas também, protege-o dos olhares de estranhamento dos outros.


Chega então a hora dele encarar a vida fora do universo protegido da sua família e de suas fantasias, e ir para a escola se relacionar com as crianças, professores e todo o universo escolar. É momento de ele estar entre seus pares, de aprender a lidar com o olhar, as perguntas e a curiosidade dos outros. De estar mais perto, mesmo que a distância pareça intransponível.


Não dá para não se emocionar com o olhar aflito daquela mãe ao entregá-lo ao mundo. Todos naquela família precisam dar um grande passo no escuro, apostando que são capazes de sustentar as dificuldades, incertezas e o real limite: ele será quase sempre olhado primeiro pela sua diferença.


É um filme que encanta e emociona, que fala das relações e dos encontros. Encontro com o outro e com nós mesmos, encontro com as diferenças, tão humanas. Um filme que escancara a diferença, a diferença que existe entre todos nós e que tanto nos assusta e também nos fascina. Um filme que toca na ferida narcísica de todos os pais, do medo de gerar um filho que não seja perfeito, à sua imagem e semelhança, que necessite de cuidados especiais e, principalmente, que sofra bullying e tenha dificuldade para ser aceito. Um filme que dialoga com as crianças, as que possuem amigos e as que não possuem, e as que vivenciam alguma dificuldade, pois, em algum grau, todo mundo já sentiu o que aquele menino e sua família sentem no filme, medo de estarem “aprisionados” em uma condição física, social ou emocional.


O melhor do filme, na minha opinião, é a oportunidade que ele nos traz de olharmos através da perspectiva de vários dos personagens. Ali são contadas algumas histórias, todas carregam dores, aprendizados e superações. O filme é um grande exercício de empatia; ele desperta a capacidade de sentirmos o que o outro vivencia, fazendo mover as sensações para além do estranhamento e do medo. Abre espaço para que possam surgir identificações com os outros, ou simplesmente um encontro humano.


(Reflexões sobre o filme “Extraordinário”. Talita Pryngler, psicanalista. Estadão, 20/12/2017. Disponível em: https://bora.ai/blog/reflexoes-sobre-ofilme- extraordinario. Adaptado.)


 

Considerando a expressão das ideias e argumentos apresentados pela autora no texto em análise, pode-se afirmar que:



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