1) Quais são as suas aprovações (cargos e colocação)?
2) Qual sua formação e por que decidiu estudar para concursos? Fique à vontade para nos falar de sua história.
Sou formado apenas no ensino médio, o qual concluí em 2017. No entanto, graças à primeira nomeação, atualmente estou me graduando à distância em Data Science (Ciência de Dados).
Eu decidi estudar para concursos públicos pois me pareceu um caminho com excelente custo-benefício para atingir meus objetivos e, paralelamente, contribuir para sociedade brasileira. Meu desejo era aumentar minha renda mensal, ter estabilidade financeira e melhorar minha qualidade de vida. Como sempre gostei de estudar e sempre quis agregar valor às pessoas, ficou claro que os concursos eram a oportunidade perfeita para mim.
Eu fui criado numa comunidade chamada Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro – uma região marcada pela criminalidade, violência e insegurança. Nunca me identifiquei com o lugar e sempre foi minha vontade ir embora de lá. Eu acreditava que não tinha que passar o resto da vida em meio a tiroteios, toques de recolher, confrontos entre facções e operações policiais, e que existia algo além disso, algo melhor. Aos 19 anos de idade, saí da casa dos meus pais, abandonei o Rio de Janeiro e fui mochilar sem dinheiro pelo Brasil, pegando carona na estrada e realizando trabalhos voluntários em troca de acomodação e comida. Depois de muita estrada e experiências nesse período, morando no Acre, o concurso público surgiu na minha vida – e a transformou radicalmente.
3) Há quanto tempo estuda para concursos? Quantas horas por dia você estudava?
Eu comecei a estudar para concursos em meados de 2023, ainda relativamente perdido, iniciando por matérias básicas como Direito Administrativo, Direito Constitucional e Raciocínio Lógico-Matemático. Felizmente, poucos meses depois eu conheci meu mentor, o professor Tulio Carrijo, a quem atribuo maior parte do meu conhecimento sobre concursos e sem dúvida o principal encurtador da minha jornada até a nomeação. Sob sua orientação, em 8 meses de estudo focado eu fui aprovado na CAIXA e, com mais alguns meses, no CNU, TCE-AC e no BASA, totalizando cerca de 1 ano de estudando.
Quanto às horas diárias de estudo, eu registrava para fins de parâmetro e controle, mas eu não tinha um teto. Minha intenção era estudar o máximo possível todos os dias, até não aguentar mais – e foi o que eu fiz. Cheguei a estudar facilmente dez, doze horas em um dia. A você que está lendo, não pense nem por um segundo que você só será aprovado se estudar essa quantidade de horas. Não se compare com quem não vive ou não viveu uma realidade semelhante à sua, e não trate as exceções como regra. O tempo de preparação para ser aprovado depende de muitos fatores – como o grau de complexidade da prova e o nível técnico da concorrência -, mas principalmente da individualidade de cada um. Seu histórico de vida, sua formação educacional básica, seu estado emocional, sua saúde física e mental, sua estrutura familiar, facilidade ou não de aprendizagem... tudo isso influencia. Então por favor, não se meça com a régua dos outros.
Eu tinha maior liberdade e flexibilidade de horários do que a média, de modo que eu praticamente só estudava. Eu estava endividado e, visando economizar e ter uma mínima infraestrutura para estudar (wi-fi, mesa, ventilador, etc.), morando de favor numa pequena casa de madeira, pois lá eu não pagava aluguel. Abri mão de trabalhar fora e obter mais renda, a fim de me dedicar mais aos estudos. Literalmente apostei tudo o que eu tinha – e até o que eu não tinha – nos concursos.
Não me orgulho de ter deixado até mesmo de praticar exercícios físicos para estudar, pois isso me custou caro, na mente e no corpo. Ocorre que eu estava em total estado de alerta, de sobrevivência – e precisava ser aprovado o mais rápido possível.
4) Qual a importância da resolução de questões na sua preparação? Como o Tec te ajudou nessa tarefa?
Importância ABISSAL. Para ser aprovado, obviamente, é preciso se preparar. E a gente se prepara para o que irá fazer no dia da prova – que é, majoritariamente, resolver questões. Fazer questões é INDISPENSÁVEL para todo concurseiro. Nesse momento, surge a pergunta: tá, mas e quantas questões eu preciso fazer? Infelizmente, não existe uma resposta exata para isso. Há padrões e estatísticas dos aprovados, mas no fim, a quantidade depende de você (da sua individualidade). Eu, por exemplo, fiz cerca de 15 mil questões para alcançar as minhas aprovações.
Na minha visão, o tripé da preparação para concursos é: teoria, questões e revisão. Contudo, as duas últimas são ainda mais importantes que a primeira - e a revisão também deve incluir a resolução de questões periódicas. Dito isso, eu consumia meu material teórico, resolvia questões e, então, produzia material de revisão (eu utilizava flashcards no Anki). Toda questão errada se transformava em material de revisão. Nesse ponto, o Tec Concursos se mostra muito útil, devido à facilidade e rapidez de produção de caderno de erros.
Além disso, eventualmente, durante a preparação o concurseiro se depara com assuntos com pouquíssimas ou até mesmo nenhuma questão (no caso de pouco cobrados ou novos, por exemplo). E aqui o Tec me ajudou muito, por meio de suas excelentes e bem elaboradas questões inéditas.
Por fim, também utilizei as aulas em texto em diversos tópicos para ter uma noção geral do assunto mais rápido e então ir para as questões.
5) Recado aos demais concurseiros e considerações finais.
Se você quer ser nomeado rápido, eis algumas coisas que aprendi e acredito:
A você que leu até aqui e está trilhando essa árdua e nobre jornada de estudos para mudar de vida por meio dos concursos, faço votos sinceros de que você permaneça firme diante das adversidades. Por experiência própria, te digo: você NÃO É refém das suas circunstâncias.
A vida me afastou dos estudos quando decidi sair para viajar. Eu sempre soube que voltaria, mas não sabia quando nem como. Digamos que era inviável estudar enquanto dormia numa barraca num barranco na beira da rodovia e pedia comida em restaurante de posto de gasolina. Levou 6 anos para eu voltar a estudar. Eu nunca havia estudado o Direito e não sabia nem o que era a Constituição Federal. Lia a lei seca consultando o dicionário no Google, enquanto me sentia completamente idiota e incapaz por não entender nada do que estava lendo. Com pequenos passos, aos poucos fui evoluindo.
Endividado, com pouquíssimo recurso financeiro, investindo nos materiais com cartão de crédito parcelado, estudando no calor extremo apenas com um ventilador, morando de favor e cheio de privações, eu enxerguei nos concursos a chance de mudar de vida para sempre - e abracei o processo.
Eu compartilhei tudo isso para te dizer que, na vida, nem sempre as condições serão favoráveis – acho que na maioria das vezes, não serão -, porém devemos fazer o melhor que podemos com o que temos, e trabalhar para criar condições de fazer ainda melhor.
Agradeço a Deus por ter sido minha fortaleza e ter me dado forças para lutar.
Não foi nada fácil, mas eu faria absolutamente tudo de novo.
Seja forte e não desista, pois vale muito a pena!