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Rafael Esteves, 44ª (AC) - Técnico em Indigenismo (FUNAI - 2024)

Já conhece a história de sucesso de Rafael Esteves? Veja mais depoimentos de alunos do TEC!

1) Quais são as suas aprovações (cargos e colocação)?

  • 1º lugar (AC) no polo (região) e macropolo (estado) de inscrição para o cargo de Técnico Bancário Novo da Caixa Econômica Federal;
  • 3º lugar (AC) para Técnico de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC);
  • 41º lugar (AC) para Técnico Bancário do Banco da Amazônia (BASA);
  • 44º lugar (AC) para Técnico em Indigenismo da FUNAI (meu cargo de 1ª opção no bloco) por meio do Concurso Nacional Unificado (CNU).


2) Qual sua formação e por que decidiu estudar para concursos? Fique à vontade para nos falar de sua história.
Sou formado apenas no ensino médio, o qual concluí em 2017. No entanto, graças à primeira nomeação, atualmente estou me graduando à distância em Data Science (Ciência de Dados).

Eu decidi estudar para concursos públicos pois me pareceu um caminho com excelente custo-benefício para atingir meus objetivos e, paralelamente, contribuir para sociedade brasileira. Meu desejo era aumentar minha renda mensal, ter estabilidade financeira e melhorar minha qualidade de vida. Como sempre gostei de estudar e sempre quis agregar valor às pessoas, ficou claro que os concursos eram a oportunidade perfeita para mim.

Eu fui criado numa comunidade chamada Vila Aliança, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro – uma região marcada pela criminalidade, violência e insegurança. Nunca me identifiquei com o lugar e sempre foi minha vontade ir embora de lá. Eu acreditava que não tinha que passar o resto da vida em meio a tiroteios, toques de recolher, confrontos entre facções e operações policiais, e que existia algo além disso, algo melhor. Aos 19 anos de idade, saí da casa dos meus pais, abandonei o Rio de Janeiro e fui mochilar sem dinheiro pelo Brasil, pegando carona na estrada e realizando trabalhos voluntários em troca de acomodação e comida. Depois de muita estrada e experiências nesse período, morando no Acre, o concurso público surgiu na minha vida – e a transformou radicalmente.


3) Há quanto tempo estuda para concursos? Quantas horas por dia você estudava?
Eu comecei a estudar para concursos em meados de 2023, ainda relativamente perdido, iniciando por matérias básicas como Direito Administrativo, Direito Constitucional e Raciocínio Lógico-Matemático. Felizmente, poucos meses depois eu conheci meu mentor, o professor Tulio Carrijo, a quem atribuo maior parte do meu conhecimento sobre concursos e sem dúvida o principal encurtador da minha jornada até a nomeação. Sob sua orientação, em 8 meses de estudo focado eu fui aprovado na CAIXA e, com mais alguns meses, no CNU, TCE-AC e no BASA, totalizando cerca de 1 ano de estudando.

Quanto às horas diárias de estudo, eu registrava para fins de parâmetro e controle, mas eu não tinha um teto. Minha intenção era estudar o máximo possível todos os dias, até não aguentar mais – e foi o que eu fiz. Cheguei a estudar facilmente dez, doze horas em um dia. A você que está lendo, não pense nem por um segundo que você só será aprovado se estudar essa quantidade de horas. Não se compare com quem não vive ou não viveu uma realidade semelhante à sua, e não trate as exceções como regra. O tempo de preparação para ser aprovado depende de muitos fatores – como o grau de complexidade da prova e o nível técnico da concorrência -, mas principalmente da individualidade de cada um. Seu histórico de vida, sua formação educacional básica, seu estado emocional, sua saúde física e mental, sua estrutura familiar, facilidade ou não de aprendizagem... tudo isso influencia. Então por favor, não se meça com a régua dos outros.

Eu tinha maior liberdade e flexibilidade de horários do que a média, de modo que eu praticamente só estudava. Eu estava endividado e, visando economizar e ter uma mínima infraestrutura para estudar (wi-fi, mesa, ventilador, etc.), morando de favor numa pequena casa de madeira, pois lá eu não pagava aluguel. Abri mão de trabalhar fora e obter mais renda, a fim de me dedicar mais aos estudos. Literalmente apostei tudo o que eu tinha – e até o que eu não tinha – nos concursos.

Não me orgulho de ter deixado até mesmo de praticar exercícios físicos para estudar, pois isso me custou caro, na mente e no corpo. Ocorre que eu estava em total estado de alerta, de sobrevivência – e precisava ser aprovado o mais rápido possível.


4) Qual a importância da resolução de questões na sua preparação? Como o Tec te ajudou nessa tarefa?
Importância ABISSAL. Para ser aprovado, obviamente, é preciso se preparar. E a gente se prepara para o que irá fazer no dia da prova – que é, majoritariamente, resolver questões. Fazer questões é INDISPENSÁVEL para todo concurseiro. Nesse momento, surge a pergunta: tá, mas e quantas questões eu preciso fazer? Infelizmente, não existe uma resposta exata para isso. Há padrões e estatísticas dos aprovados, mas no fim, a quantidade depende de você (da sua individualidade). Eu, por exemplo, fiz cerca de 15 mil questões para alcançar as minhas aprovações.

Na minha visão, o tripé da preparação para concursos é: teoria, questões e revisão. Contudo, as duas últimas são ainda mais importantes que a primeira - e a revisão também deve incluir a resolução de questões periódicas. Dito isso, eu consumia meu material teórico, resolvia questões e, então, produzia material de revisão (eu utilizava flashcards no Anki). Toda questão errada se transformava em material de revisão. Nesse ponto, o Tec Concursos se mostra muito útil, devido à facilidade e rapidez de produção de caderno de erros.

Além disso, eventualmente, durante a preparação o concurseiro se depara com assuntos com pouquíssimas ou até mesmo nenhuma questão (no caso de pouco cobrados ou novos, por exemplo). E aqui o Tec me ajudou muito, por meio de suas excelentes e bem elaboradas questões inéditas.

Por fim, também utilizei as aulas em texto em diversos tópicos para ter uma noção geral do assunto mais rápido e então ir para as questões.


5) Recado aos demais concurseiros e considerações finais.
Se você quer ser nomeado rápido, eis algumas coisas que aprendi e acredito:

  1. A escolha do concurso é talvez a parte mais importante da jornada. Se dedique para concursos com muitas vagas e com orçamento autorizado para chamar pessoas, em vez de concursos de cadastro de reserva sem orçamento que convocam pouco.
  2. Concurso-escada pode ser a chave para chegar no seu objetivo final num menor espaço de tempo. Seja razoável e escolha um concurso factível que você consiga chegar competitivo, considerando seu momento atual e histórico de vida. É muito difícil ir do zero a cem de uma vez. É melhor tomar posse num concurso intermediário que te possibilite alçar voos maiores do que ficar anos tentando passar direto no concurso-fim e “resolver a vida” de uma vez.
  3. A sua vida deve girar em torno do concurso, não o contrário. Viva sua vida no tempo que te sobrar dos estudos, em vez de estudar no tempo que sobra da sua vida. O concurso deve ser a sua prioridade. É um sacrifício temporário em troca de frutos duradouros – e dificilmente você vai achar uma empreitada com custo-benefício melhor.
  4. Cuide da sua saúde mental e emocional, pois isso é determinante para o seu rendimento durante os estudos e, principalmente, no dia da prova. A preparação vai muito além de sentar a bunda na cadeira e estudar.
  5. Invista o máximo possível em materiais, mas não dependa exclusivamente deles. Seja ativo, tenha uma postura autodidata. O candidato constrói a aprovação, não o material.
  6. Faça provas de concurso, ainda que não sejam seu concurso-alvo e que você não esteja estudando. Simulados podem ser úteis, mas como o nome diz, eles “simulam” o dia da prova. O melhor e mais concreto jeito de se testar e se autoconhecer é fazendo provas. Com isso você irá aprender como você funciona, qual horário deve acordar e sair de casa, o que deve comer e beber antes e durante a prova, por onde começar a resolver as questões, quanto tempo você leva para preencher o cartão resposta e passar a limpo uma discursiva, quantas vezes você vai ao banheiro, qual o melhor lugar para se sentar, etc. – e tudo isso afeta sua performance e o seu resultado.
  7. Resolva o máximo de questões possível e faça revisão TODOS OS DIAS. Você pode até não estudar teoria ou conteúdo novo algum dia, mas precisa fazer revisão para não perder o conhecimento adquirido.


A você que leu até aqui e está trilhando essa árdua e nobre jornada de estudos para mudar de vida por meio dos concursos, faço votos sinceros de que você permaneça firme diante das adversidades. Por experiência própria, te digo: você NÃO É refém das suas circunstâncias.

A vida me afastou dos estudos quando decidi sair para viajar. Eu sempre soube que voltaria, mas não sabia quando nem como. Digamos que era inviável estudar enquanto dormia numa barraca num barranco na beira da rodovia e pedia comida em restaurante de posto de gasolina. Levou 6 anos para eu voltar a estudar. Eu nunca havia estudado o Direito e não sabia nem o que era a Constituição Federal. Lia a lei seca consultando o dicionário no Google, enquanto me sentia completamente idiota e incapaz por não entender nada do que estava lendo. Com pequenos passos, aos poucos fui evoluindo.

Endividado, com pouquíssimo recurso financeiro, investindo nos materiais com cartão de crédito parcelado, estudando no calor extremo apenas com um ventilador, morando de favor e cheio de privações, eu enxerguei nos concursos a chance de mudar de vida para sempre - e abracei o processo.

Eu compartilhei tudo isso para te dizer que, na vida, nem sempre as condições serão favoráveis – acho que na maioria das vezes, não serão -, porém devemos fazer o melhor que podemos com o que temos, e trabalhar para criar condições de fazer ainda melhor.

Agradeço a Deus por ter sido minha fortaleza e ter me dado forças para lutar.

Não foi nada fácil, mas eu faria absolutamente tudo de novo.

Seja forte e não desista, pois vale muito a pena!