Fala, Galera! Tudo bom?
Me chamo Patrik Ferreira Oliveira, natural de Anajás-PA (Ribeirinho do Guajará), tenho 28 anos e sou Graduado em Engenharia Química. Vou trazer um pouco da minha trajetória em Concurso Públicos.
Por necessidades financeiras iniciei cedo (com 17 anos). O ponto de partida foi o concurso da AFAP (Agência de fomento do Amapá), realizado em 2011, no qual fui aprovado para um cargo de nível médio.
De lá para cá prestei diversos concursos, com reprovações e aprovações. Destas cito algumas: Escriturário - 77º (banco do brasil-2012) Assistente administrativo - 9º (UEAP-2014), Agente da Polícia Civil - 74º (PCAP-2017), Técnico - 4º e Analista Judicial-6º (TRF1-2017), Auditor Fiscal - 25º PNP (SEFAZ-RS 2018), Auditor Fiscal - 1º (prefeitura de Santana - 2019) e os atuais Fiscal - 16º e Auditor - 68ª (SEFAZ-AP - 2022).
Bom, do relato acima pode se extrair uma dica importante, em especial para quem não tem uma estrutura financeira confortável (acredito que a maioria): inicie por um concurso escada, aquele que não é seu destino, mas que vai deixar a caminhada menos árdua. No meu caso, o foco era a área fiscal. Quando consegui passar num concurso com melhores condições financeiras (Analista do TRF1 - 2017), direcionei totalmente meus estudos para os Fisco Estaduais.
Já em 2018, e como já tinha uma certa base nas disciplinas básicas (português; matemática; raciocínio lógico; direitos: administrativo, constitucional, civil, penal), iniciei o ciclo básico da área fiscal. Basicamente, durante 6 meses, me dediquei a assimilar contabilidade e direito tributário. Nesse período, o estudo não engrenou, não conseguia estudar o tempo necessário e com a consistência que essa área requer. Precisava de algo a mais para “fazer o barco navegar”. Foi então que saiu o concurso da SEFAZ-SC, vi nesse concurso a oportunidade de emplacar nos estudos e ter minha primeira experiência nessa área. Na preparação para ele, confesso que negligenciei, em parte, as disciplinas básicas, dediquei maior parte do tempo para o conteúdo específico. Analisando hoje a forma como estudei, vejo que negligenciar as disciplinas básicas foi um erro. Principalmente porque estava no início dos estudos, a ideia de fazer o concurso seria ganhar experiência, e não atropelar as etapas da preparação.
Na sequência saiu SEFAZ-RS, segui firme, estudava todo o tempo livre que tinha. Fiz uma autoanálise de minhas deficiências pelo desempenho na Prova de SC, o foco era melhorar em TI e nas disciplinas básicas, mas o tempo foi curto. No fim, meu desempenho melhorou significativamente, mas ainda estava longe do pelotão da frente. Ainda que para as vagas de PNP tivesse uma remota chance de nomeação, achei por melhor seguir em frente e esquecer o fisco Gaúcho.
Tendo consciência de que estava no caminho certo, que o processo era esse, continuei na preparação, agora para o ISS Manaus. Resolvi então contratar uma consultoria, com montagem de ciclo de estudos, orientações para leitura de lei seca, controle de horas líquidas e tudo mais que hoje está disponível no mercado. Confesso que isso ajudou a me organizar melhor. Passei a usar a lei seca com maior frequência, leituras de 30min a 1 hora todos os dias alternadamente do CTN, Constituição, Kandir, dentre outras normas. A girar o ciclo com mais rapidez, passando por conteúdos diversos num menor intervalo temporal. Tudo isso me ajudou a ter um melhor diagnóstico do meu desempenho e desenvolvimento por disciplina. Ainda assim reprovei. Foi uma grande frustração, me sentia preparado para a prova de Manaus, mas é preciso ter em mente que alguns fatores externos também influenciam no seu desempenho, no meu caso foi um resfriado na véspera da prova, mal conseguiu ler os enormes textos de português. Após esse episódio, resolvi fazer uma pausa na área fiscal (grande erro, mudar de área no meio da preparação) para estudar para a Assembleia Legislativa do Amapá, veio então a pandemia e foram dois anos “preso” nesse certame.
Finalizado esse período caótico, resolvi voltar e me preparar para a Sefaz-AP, concurso esse que me levou a almejar a área fiscal. Enquanto ele não vinha, e pouco tempo depois de retornar ao ciclo fiscal, saiu Sefaz-RR, era então necessário me organizar e revisar grande quantidade de conteúdo, foi o que fiz. Nessa preparação não foquei na Legislação específica, precisava tirar a ferrugem e voltar ao jogo pelas disciplinas básicas. Para minha estratégia de estudos foi bom, mas para o concurso em si não. Sem pegar todo o conteúdo específico não deu para “brigar” por uma vaga, mas fiquei bem feliz com o desempenho nas demais disciplinas. Segui na luta, já havia boatos do concurso da SEFAZ-AP, mas a bola da vez era Sefa-PA.
Pouco tempo antes do edital do PA sair, fui surpreendido com a possibilidade de nomeação na Sefaz-RS, o que de fato ocorreu e em fevereiro de 2022 tomei posse do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Estadual, o que tornou inviável minha ida ao Pará. Seguiram-se então curso de formação, treinamento, mudança de estado, e no meio disso tudo fiquei mais de seis meses sem estudar. E então saiu Sefaz-AP, estava bem complicado, sem direito a férias, ou folga, nada. Aproximadamente dois meses para a prova, sabia que tinha chance, mas que não seria fácil. Não havia tempo a perder. Tinha que decidir se iria ou não fazer o concurso, era chance de voltar para o Amapá, a família da minha Esposa e parte da minha estavam lá. Decidi fazer, seria no sacrifício.
Como não tive uma preparação de pré-edital para esse concurso, iniciei o pós num ritmo intenso. Mesmo trabalhando 8h/dia, ainda conseguia fazer algo em torno de 6 horas líquidas/dia, entretanto isso não se sustentou, alguns problemas de saúde me impossibilitaram de manter essa “pegada”. Dores de cabeça e nos olhos, chegando a perder a visão periférica por algumas horas, por estresse ótico. Havia chegado ao esgotamento físico e mental.
Enfim, após alguns exames, fui obrigado a reduzir o ritmo, e mantive uma média 4h líquidas/dia. Com essa carga horária seria impossível cumprir o planejamento inicial proposto pela consultoria que contratei. Diante disso, foi preciso adaptar minha rotina, passei a estudar prioritariamente o conteúdo específico, que se resumia a Legislação Tributária, TI e Auditoria. Nas demais disciplinas, fiz um estudo baseado em revisão por questões em cadernos do TEC, é claro. No fim, Deus abençoou todo o esforço e deu tudo certo, fui habilitado nos cargos de Fiscal (16º) e de Auditor (68º) da SEFAZ-AP.
Sobre o TEC, posso dizer que é uma ferramenta imprescindível para sua jornada como concurseiro, especialmente para a área fiscal. Os comentários dos professores são excelentes, sem falar das contribuições dos colegas concurseiros, candidatos do mais alto nível se preparam com o TEC. Enfim, foi a plataforma de questões que usei durante toda minha preparação para a área fiscal, que iniciou em 2018. Certamente, foi um investimento que superou minhas expectativas.
Por fim, uma última mensagem para os colegas que irão iniciar ou estão nessa luta: Persistência. Acreditar sempre. Lidar com as reprovações, saber que elas são parte do processo. Estudar muito, o máximo que puder, e praticar com as questões no TEC. Alguns são adeptos de “o equilíbrio é tudo”, eu fui radical e deu certo. Estudava sempre que podia, em casa, no intervalo de almoço do trabalho, nas férias, nos finais de semana, no natal, no ano novo, isso pode ser exagerado para alguns, mas funcionou para mim. Certa vez li um depoimento de um ex-concurseiro que dizia algo assim: “estudar para concursos adoece, então, se você for entrar nesse mundo, faça o que for preciso para não passar muito tempo nele”. É isso galera, iniciem e/ou sigam firma nos estudos, a aprovação é só uma consequência. Grande abraço!