Meu nome é Otávio Augusto, tenho 26 anos e sou formado em engenharia mecânica. Venho aqui compartilhar um pouco da minha trajetória na área dos concursos públicos.
Antes de me voltar para área fiscal, já havia estudado para concursos públicos de maneira eventual e amadora. Eram estudos descompromissados de 30, 40 dias, sem nenhuma metodologia. Consequentemente, o resultado não poderia ser outro: reprovei todos. Ao longo do ano de 2020, comecei a estudar para concursos públicos em um curso presencial de minha cidade, que tinha como ementa o básico de apenas cinco matérias: direito constitucional e administrativo, português, raciocínio lógico e informática. Entretanto, a chegada da pandemia impossibilitou que o curso fosse até o final, o que me levou a estudar para um concurso de técnico municipal que na época me era interessante. Infelizmente, perdi todo o ano de 2020 estudando para esse concurso.
Foi apenas em março de 2021 que percebi o tempo que desperdicei estudando para concursos pequenos, podendo empregá-lo em voos maiores, como a área fiscal, que surgiu como a melhor oportunidade para alguém formado em engenharia. Foi então que comecei a estudar de maneira séria e planejada para conseguir a aprovação para auditor fiscal.
Dois meses depois, em maio de 2021, foi publicado o edital para auditor fiscal da SEFAZ CE, e eu me senti frustrado por não poder prestar esse excelente certame, tendo em vista que ainda não tinha uma base sólida que me proporcionasse brigar por uma vaga. Não passar em um concurso, após muito estudo, é frustrante; não poder agarrar uma oportunidade, por falta de estudo, ainda pior. Isso me fez tomar uma decisão: a de jamais me desviar do meu foco em ser aprovado para auditor fiscal. Dessa forma, não realizei certames que poderiam ser interessantes, como TCU, CGU, TRT PI e TJ PI (esses últimos para analista administrativo), por saber que, dedicando-me a eles, estaria me distanciando cada vez mais de uma futura SEFAZ municipal, estadual ou federal.
Sendo assim, prestei apenas uma prova naquele ano, a SEFAZ AL em outubro. Como ainda tinha apenas alguns meses de estudo, decidi encará-la apenas como um teste e não estudei a parte específica. Apesar da iminente reprovação, essa prova foi importantíssima para mim, pois me mostrou que a forma como eu estudava, focada em resolução de questões, era o caminho certo. Faltava apenas mais tempo de estudo e dedicação para conquistar meu objetivo.
Após a virada de ano, veio a SEFAZ SE. Do dia 3/1/2022 ao dia 3/4/2022, consegui fazer uma carga horária de 35 a 40 horas líquidas semanais, por estudar com dedicação exclusiva, apoiado pelos pais. Acabei resolvendo cerca de 9 mil questões no TEC, entre questões aplicadas em outros certames e questões inéditas. Foi graças a essa resolução massiva de questões que eu consegui ir bem na prova, ainda que tenha ficado de fora das vagas - fiquei na posição 63 e foram convocados 51 candidatos. Considerando que tinha apenas um ano de estudo focado na área fiscal, foi um resultado bastante promissor; faltava-me aparar algumas arestas em certas matérias, principalmente em contabilidade.
Depois realizei a prova para auditor fiscal da SEF MG e SEFAZ MT, já em 2023, ficando na posição 407 e eliminado do certame, respectivamente, o que me deixou desanimado, pois já havia batido na trave na SEFAZ SE. Apesar disso, eu consegui ir bem na prova de contabilidade da SEF MG, fazendo um total de 18/22 questões, o que foi possível graças à resolução massiva de questões no TEC, somada à revisão da matéria por meio dos excelentes comentários de outros concurseiros fiscais postados no TEC; somando-se os comentários e as questões, temos o melhor material de revisão que um concurseiro pode ter.
Depois dessas duas provas, decidi fazer a prova do ISS RJ para fiscal de rendas e reforçar o que me fez ser eliminado na SEFAZ MT - a legislação específica. Novamente, o TEC foi fundamental com suas questões inéditas. Eu pude fazer milhares de questões sobre a legislação específica do RJ e fixá-la na memória a ponto de conseguir a aprovação. Detalhe: a prova do RJ foi mais difícil que a de MG, tinha bem menos vagas e eu consegui ir melhor, comparativamente falando, ficando na posição 39. Cada prova é uma prova!
Deixo aqui alguns aprendizados que gostaria de ter ouvido bem antes, lá em 2020, quando ainda estava começando a estudar para concursos.
Primeiro, jamais se subestimem. Se você possui uma estrutura familiar que lhe proporcione uma dedicação exclusiva aos estudos, não há porque se dedicar a provas menores, concursos “escadas”, como alguns gostam de dizer. O melhor nesse caso é nos focarmos desde o início em nosso objetivo final.
Segundo, cada matéria requer um aprendizado diferente. Por ser formado em engenharia, eu aprendi raciocínio lógico e matemática financeira bem rápido, o que me fez estudar a teoria delas rapidamente e focar a resolução de questões desde o início. Por outro lado, contabilidade eu precisei ver um curso completo por videoaulas, com mais de 30 aulas, na velocidade 1,25 x - mais do que isso eu já não conseguia acompanhar - , ler todos os PDFs, depois assistir às videoaulas de resolução de questões, tentar esgotar as questões na plataforma do TEC e ainda salvar em forma de resumo os excelentes comentários de outros concurseiros.
Por fim, confiem em si mesmos. Já cheguei a pensar em desistir várias vezes quando, após ler um PDF de contabilidade em uma hora, fui resolver questões e percebi que não sabia fazer nenhuma. Para superar essa matéria eu tive que estudá-la, durante o ano de 2022, quase todos os dias. Se você consegue aprender uma matéria e ficar bom nela, você também consegue replicar essa excelência nas outras; a questão principal, como já dito anteriormente, é ter o conhecimento das próprias forças e fraquezas, para se dedicar adequadamente ao estudo que cada disciplina exige de nós. Algumas delas vão nos exigir pouco, ou mesmo quase nada; outras nos exigirão um esforço hercúleo e estafante. Com esse autoconhecimento e dedicação em mãos, a aprovação torna-se uma questão de tempo!