Meus caros concurseiros, é um prazer contar um pouco da minha história e tentar ajudar vocês, da mesma forma que me ajudou ler tantos relatos durante essa jornada.
Primeiramente, sou Marcel Ramalho, 33 anos, nasci em João Pessoa-PB e hoje moro em Recife-PE.
Entrei no curso de contabilidade na UFPB logo após o ensino médio, mas eu nem sabia que curso era aquele, só fui porque me disseram que era um curso legal pra quem não sabia o que escolher (hahaha). Lá na universidade que fui ouvir sobre concurso público pela primeira vez, então eu ouvia e perguntava aos colegas o que era, como funcionava... Influenciado pela empolgação deles, fiz meu primeiro concurso em 2012, pro cargo de assistente em administração da UFPB, e, claro, não deu certo. Depois disso, consegui um estágio, fui contratado e vi como era a vida de um contador na iniciativa privada, foi quando decidi de vez que meu destino era fazer concurso público. Em 2014, quando eu estava bem desestimulado com a graduação, saiu o edital de um concurso para o Ministério da Fazenda e eu prontamente senti que era possível, o que eu fiz? Não estava mais trabalhando, então parei de ir às aulas e, a contragosto da família (kkkkk), fiquei, pela primeira vez na vida, focado, em casa, só estudando, aí VEIO A PRIMEIRA APROVAÇÃO! Em 2015, fui nomeado pro cargo de assistente técnico-administrativo do Ministério da Fazenda, cargo que exerço até hoje.
De 2015 a 2019, tive alguns flertes com concurso, mas sem voltar a estudar de verdade. Como não concluí a graduação em Contábeis, fiz um curso tecnólogo em Gestão Pública, para prestar concurso de nível superior, mas, ainda assim, não ia pra frente: me inscrevia nas provas, comprava curso e nunca me dedicava. Até que em 2020, meu filho nasceu, em agosto, meio da pandemia, e eu precisava fazer alguma coisa. Como eu estava lotado na Receita Federal, sempre que pensava em voltar a estudar, pensava na área fiscal, mas, conversando com meu então sogro, que é da área de Controle, me convenci de que esta era a área para mim. Em dezembro, foram reabertas as inscrições pro TCE RJ, as provas ocorreriam em fevereiro. O que eu fiz: me inscrevi, comprei passagem e sentei pra estudar. Obviamente não daria tempo de estudar para uma prova desse nível em tão pouco tempo (2 meses!), então veio a primeira frustração. Fiz a prova objetiva no sábado, à noite corrigi pelo gabarito extraoficial e, por ter achado que tinha ido tão mal, não fui fazer a discursiva no dia seguinte (gente, nunca façam isso!). Depois dessa prova, me questionei se tinha capacidade pra fazer um concurso pra auditor.
Na época, um amigo me chamou pra fazer a prova da PF, que já estava com edital aberto. Então, de fevereiro até maio, me dediquei à PF e, enfim, uma confirmação de que eu estava no caminho certo: tive a discursiva corrigida e fui para as fases seguintes, apesar de longe das vagas. Usei essa aprovação na PF como minha maior motivação, meu mantra era “estudar para não ter que ser policial” (todo respeito ao pessoal da carreira, mas não tenho perfil kkkkk). Em agosto, fiz o TCE AM, ainda sem estudar bem pra área de controle (pois as outras fases da PF acabam demandando muito tempo), mas ter ido fazer a prova foi muito importante: conheci muita gente que estuda pra área, fiz amigos, passei a participar de grupos de concurseiros e isso ajudou muito no estudo, que é um processo árduo e solitário. Estar próximo de pessoas que estão na mesma luta (e que, portanto, entendem o seu momento) é extremamente fundamental.
Em 2022, voltei a estudar pesado, concluí o curso de Contábeis e decidi que aquele seria o ano de abdicação de tudo em prol da aprovação. Fiz a prova da CGU e, após a “surra”, reformulei o modo como estava estudando, comecei a fazer mais matérias por dia e a focar mais em questões (ainda sem usar o TEC). Consegui uma aprovação na CGE MS, indo para as próximas fases (também fora das vagas).
A minha virada de chave foi, com certeza, em maio, quando assinei o TEC, não sei como eu estudei esse tempo todo sem conhecer essa plataforma! Após assinar o TEC, meu estudo foi praticamente 100% nele, fazendo e refazendo questão, lendo comentários, salvando os comentários para revisão, caderno atrás de caderno. Não coincidentemente, depois disso que vieram as aprovações: TJTO (contador), TCE TO (auditor contabilidade), TCE AL e, o mais importante até agora e onde devo ficar por um bom tempo, TCE GO (área controle externo).
Ou seja, posso dizer, com propriedade, que o TEC é a melhor plataforma pra estudo de concursos por questão. Muita gente diz que foca em revisar a teoria um milhão de vezes até se sentir preparado, para só então estudar por questão, eu sempre tento persuadir essa galera a mudar e ir logo para as questões!
Desculpem a extensão aí, mas achei que era importante contar os tropeços e as frustrações. O melhor recado que posso deixar pra você, concurseiro, é que SÃO PESSOAS NORMAIS QUE PASSAM EM CONCURSO PÚBLICO, pessoas que têm problemas, trabalho, família, pessoas que desistem, voltam e em algum momento decidem que aquele vai ser seu foco da vida. Eu adoro minha cervejinha no bar, gosto de viajar com a família, de ver filme, mas decidi que, pelo menos por um breve período, minha vida seria apenas para cuidar do meu filho e estudar. Se você me perguntar quantas horas eu estudava por dia, eu não vou saber responder, eu estudava no intervalo do trabalho, no ônibus, entre uma brincadeira e outra com meu filho, quando ele tirava um cochilo... Todos temos nossas situações particulares, mas, com dedicação e foco, qualquer um consegue chegar lá.
Por fim, deixo um agradecimento final ao meu filho, minha maior inspiração e motivo do meu esforço.