Ocorreu um erro na requisição, tente executar a operação novamente.

Lucas Monteiro, 7ª (AC) - Analista de Controle Externo (TCE-GO - 2024)

Já conhece a história de sucesso de Lucas Marques Monteiro? Veja mais depoimentos de alunos do TEC!

Oi, colegas. Tudo bem?

Escrevo esse depoimento emocionado. Por muitas vezes, durante meus estudos para concursos, me pegava lendo as diversas histórias contadas aqui no TEC por alunos e ex-alunos. Histórias essas que certamente me serviram de motivação e apoio. Nesse caminho de estudos, pedregoso e muitas vezes doloroso, é confortante e acalentador saber que não somos os únicos a enfrentar essa batalha. Somos um exército, fisicamente separado, cada um com suas particularidades, com suas limitações, com suas individualidades, mas unidos por um sonho em comum: a aprovação. Vou dividir esse texto em capítulos, talvez assim fique mais objetivo e menos maçante.


Capítulo 1: Meu sonho antes dos estudos para concurso público.
Costumo dizer que a aprovação nos dignifica desde quando decidimos por ela.

Uma decisão, uma sábia decisão, que deve, necessariamente, vir acompanhada de força, resiliência, persistência, disciplina e muito treino. São esses “temperos” que nos amadurecem e tornam o processo factível e atingível.

Sou engenheiro mecânico de formação e natural de Goiânia – GO. Desde muito cedo, conseguia enxergar as vantagens que ser concursado me renderia: estabilidade, bem-estar, tranquilidade, um bom salário e tempo de qualidade com a minha família. Assim que adentrei na universidade e percebi a realidade que me cercava, decidi pela carreira acadêmica, pelo magistério superior. Queria ser professor universitário de alguma universidade pública, isso me chamava a atenção. Um nobre e belo caminho, do qual me orgulho e que, inclusive, comecei a colocá-lo em prática assim que me formei. Para atingi-lo, em 2023, concluí um mestrado e estava rumo ao doutorado. Desisti. Queria ser concursado, mas racionalmente imaginei outro percurso para chegar a esse objetivo.


Capítulo 2: Meu início nos estudos.
Foram uns dois meses amadurecendo a ideia de estudar para concursos públicos e, no final, decidi focar na área fiscal. Eu não sabia absolutamente nada. Não tinha noção de como estudar, nem quantas horas me dedicar, nem as matérias e muito menos qual o material me renderia uma boa preparação. Buscas, buscas e mais buscas.

Em meio a esse novo mundo, entendi o que era um ciclo de estudos, decidi por um cursinho online e iniciei meus estudos pelas disciplinas que são os pilares da área fim que escolhi: direito constitucional, direito administrativo, direito tributário, raciocínio lógico, português e contabilidade geral. Exatamente em maio de 2023, comecei minha preparação. O apoio dos meus pais foi decisivo para um estudo praticamente em tempo integral.

Logo de início, os inúmeros relatos e vídeos de aprovados contando suas experiências começaram a fazer sentido: o caminho era tortuoso, difícil e demandava tempo, muito tempo. Isso não me desanimou. Assumi a realidade que me cabia e controlei as variáveis que estavam ao meu alcance. O tempo de estudo e a sua intensidade. Sim, amigos concurseiros, é praticamente isso que podemos controlar, apenas. Minha carga horária diária era em torno de 4 horas, um pouco mais, um pouco menos. Nada exagerado, afinal era a fase de pré-edital e convenhamos, eu não queria desistir do meu sonho. Sabia que uma sobrecarga de estudos me desgastaria rápido. É sempre importante mentalizar: somos atletas.

Salvo engano, venci as disciplinas iniciais em quatro ou cinco meses. Nada de resumo. Apenas alguns grifos (na verdade, muitos grifos) e, honestamente, inclusive essas marcações, fui deixando de lado. Sou do perfil de que para mim tudo era “importante” e assim abarrotava meus PDFs de anotações. Isso me fez recalcular. Vi que precisava simplificar meus estudos, eram muitos conteúdos, muitas informações, excessos de leis e sair “pescando” todo e qualquer parágrafo do seu material te faz perder um bom tempo.


Capítulo 3: Como o TEC entrou no meu processo de estudos
É nesse momento que o TEC entra na minha vida. E que baita ferramenta. Intuitivo, eficiente, direto e dinâmico. Digo, com toda certeza, que foi só por meio dos indicadores do TEC que consegui enxergar a evolução nos meus estudos e identificar meus gargalos. Por meio dos cadernos, consegui filtrar as questões e realmente entender as dificuldades das bancas e onde mais se concentram as suas cobranças. Creio que só fazendo questões é que podemos ajustar nosso material de revisão. Adquiri alguns resumos prontos e mapas mentais e fui incrementando-os, à medida que resolvia questões. É aqui que identifiquei minhas “pedras no sapato”. É aqui que saí competitivo.


Capítulo 4: O concurso do TCE-GO: minha virada de chave
Até janeiro de 2024, eu não tinha realizado nenhuma única prova. Nem por teste. Absolutamente, nada. Cogitei prestar o concurso da Câmara dos Deputados, mesmo sabendo que não estava suficientemente preparado. Mas não o fiz. Optei por manter meu ritmo de estudos, incluindo algumas disciplinas novas, revisando e resolvendo questões. Nesse ciclo que parece não ter fim.

Neste mesmo mês, eis que surge o burburinho de um edital iminente do TCE-GO, já autorizado, inclusive. Isso me despertou. Uma voz na minha cabeça começa a ressoar:

- Será para mim? Chego competitivo? Estudei o suficiente?

Uma coisa era certa. Um concurso desse nível, na minha cidade, fatalmente eu o faria, independentemente das condições e do quanto eu me esforçaria. Vale ressaltar que, ao longo desses meses de estudo, fui entendendo as diferenças entre as áreas fiscal e de controle. Uma base parecida, com suas sutis particularidades. Para mim, valia muito a pena migrar, afinal eu queria ficar em “casa”.

Pronto, edital publicado. Isso já era fevereiro e o coração acelerou. O edital estava parcialmente enxuto, algumas disciplinas praticamente concluídas, outras nem tanto. Legislações específicas. Estatística, que figurava como Análise de Dados, não me amedrontou. Inglês, sim, minha base era parcialmente fraca. Eu tinha pouco mais de 3 meses de pós-edital, era meu primeiro grande concurso da vida e a banca era a temida FGV.

Decidi mergulhar nos estudos e encarar essa prova como se não houvesse nenhuma outra depois. Meu foco era total. Para me auxiliar, contratei uma consultoria para organizar meu planejamento de estudos. Não queria perder tempo tentando encaixar revisões, momentos de me dedicar às questões, pausas para ler teorias. Eu queria um planejamento pronto e máxima energia e dedicação total para simplesmente estudar, como se estudar fosse simples. Assim foi feito.


Capítulo 5: Rotina: meu pós-edital para o concurso do TCE-GO
Foi um pós-edital intenso e me dediquei muito. Não abusei da carga horária. Algo em torno de 5 a 7 horas líquidas, ao longo da semana, não mais do que isso. Conhecia meu limite e não queria abusar. Minha regra era: estudar todos os dias. Aos finais de semana, umas 2 horas de estudo, um foco maior nas discursivas e, sobretudo, em atividades que demandavam mais tempo (NLCC é um exemplo delas). Aproveitar a companhia da minha namorada em passeios leves, cercado de boas risadas e lugares calmos, fazia parte dos meus sábados e domingos e eram fundamentais para suportar todo esse processo. Esporadicamente, momentos de lazer com amigos são importantes. Mas, lembre-se, faça disso exceção e não regra.

Procurei dormir bem. Meu sono era prioridade, assim como meus estudos. Algo em torno de 7 horas por dia e poucas vezes dispensei um cochilo de 30 minutos após o almoço. Isso aumentava minha disposição. Nunca abandonei redes sociais, as tinha normalmente e isso nunca foi um problema para mim. Mas, para aqueles que se dispersam navegando pelas redes, recomendo abandoná-las ou limitar bem o tempo de uso. Mantive uma rotina frequente de exercícios físicos, de três a quatro vezes por semana. Confesso que, faltando pouco mais de um mês para a prova, abandonei a academia. Minha cabeça estava a mil e eu só pensava em estudar. E para aqueles que podem e têm tempo, uma dose semanal ou quinzenal de terapia, com um bom psicólogo, é um excelente incremento para manter o ritmo. Para mim, foi fundamental.

Fato é que, ao mesmo tempo que pensava ser a chance da minha vida, outra voz me acalentava:

- Se não for dessa vez, pelo menos vai sair dessa sabendo que está no caminho certo.

Nesse período, foram inúmeros cadernos de questões resolvidos no TEC, munidos sempre dos indicadores que me permitiam controlar a minha evolução. Procurei ler a lei seca na íntegra. Confiava nos resumos prontos (os famosos “bizus”) e focava em absorver e entender a forma como a banca cobrava os conteúdos na prova. Para isso, frequentemente, voltava nas questões em que errava e entendia o cerne dos meus tropeços. Revisava os tópicos mais problemáticos e mais cobrados. Outro ponto essencial e que me ajudou, sobretudo na fixação da “letra da lei”, foram as questões inéditas. Excelente ferramenta, confiem.


Capítulo 6: Minha estratégia de prova.
O tempo foi passando e, semanas antes da prova, diminuí o ritmo. Meu alvo agora era chegar bem no grande dia. Estava em modo de revisão total. Um foco primordial nas legislações específicas que são mais cobradas e “decorebas”. Sem desespero, eu sabia que eu já tinha dado o melhor de mim. É com esse sentimento que temos que chegar. Dia antes da prova, para dizer que não estudei, abri uma “live” de revisão de um cursinho online do país. Apenas. Tentei relaxar, em meio à ansiedade que grita.

Lembrem-se, foi minha primeira prova de concurso. Mas fui com uma estratégia definida. Eliminar as questões fáceis, depois as médias e por último as difíceis. Não me apeguei a nenhuma. Se, a meu ver, eram trabalhosas, pulava e as deixava para o fim. As questões de inglês foram as últimas que fiz, afinal era meu gargalo.

No período vespertino, havia duas questões discursivas. A primeira sabia exatamente o que escrever. A segunda foi um susto. Nunca tinha ouvido falar sobre o tema. Mas não me desesperei. Eu ia sair dali vitorioso. Entenda, companheiros, perder a cabeça nesses momentos só nos desestabiliza, devemos ter mente de atleta. Fiz os tópicos das respostas antes de passá-las para a folha definitiva e não me delonguei. Já tinha uma estrutura de resposta previamente definida. Dica importante é treinar muitas discursivas durante seu estudo. São elas que definem o resultado final. Na segunda questão, a que mais me assustou, usei o texto motivador da banca, subentendi temas relacionados à administração pública, mantive a calma e estruturei o texto com palavras-chave que faziam sentido ao tema. Deu certo e consegui a nota máxima nas duas (eu só descobri isso depois).


Capítulo 7: Minha vitória e agradecimentos.
Passada a prova, foram meses de ansiedade conferindo o site da banca para saber os resultados. Confesso a vocês que foi o período mais desconfortante para mim. Um aguardo infinito, que vai nos consumindo. Eu estava confiante, mas não o suficiente para relaxar. Quando saiu o resultado preliminar da discursiva, eu estava dentro. Foi um delírio de emoção, eu tremia e chorava. É um sentimento de dever cumprido, nos sentimos orgulhosos e empoderados. A palavra que me definia era gratidão.

Foi o meu primeiro concurso, se tornou o meu concurso dos sonhos e eu havia sido aprovado em sétimo lugar para o cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, meu Estado. Até o presente momento, aguardando o resultado do CNU. Vamos ver o que nos espera. Mas já pretendo “aposentar as canetas”. Tive a sorte (que eu costumo chamá-la de Deus) de ter um tempo breve de estudos, apesar de intenso, dedicado e conflitante. Para aqueles que estão há mais tempo, não desistam. A hora chega.

Finalizo, depois de reviver minhas memórias, citando uma belíssima frase da obra “O Pequeno Príncipe”, que inclusive foi epígrafe da minha dissertação de mestrado e continua se aplicando à minha história:

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.”

Confiem no processo de vocês. Aceitem-se. Adaptem-se no caminho. Controle o mínimo de variáveis possíveis. Apoiem-se em quem te apoia. Tenha fé. Assim, conseguimos. Com muito esforço e dedos de sorte, conseguimos. Persistam. O caminho é árduo, mas alcançável. A aprovação vem, mais cedo ou mais tarde ela vem.

Dedico esse texto a todos que confiaram na minha jornada.

Gratidão e obrigado, Meu Deus, Meu Senhor.