Letícia Laurentino, 2ª (CN) - Auditor de Controle Interno - Planejamento e Orçamento (CGDF 2023) e outros.

Minha relação com os concursos não foi muito linear. Comecei a estudar pela primeira vez em 2013, quando ainda estava na faculdade. Apesar de amar meu curso, eu já sabia que não queria trabalhar especificamente na minha área de formação e que queria ser servidora pública. Era aluna de Relações Internacionais na UnB e ouvi burburinhos de que sairia um novo concurso para assistentes em administração, o cargo administrativo de nível médio da UnB. Meu curso era integral, então precisei organizar os horários para estudar as disciplinas dos semestres e as do concurso. Deu certo. Foi meu primeiro cargo, com um estudo meio desestruturado e sem rotina fixa: estudava na Biblioteca Central da UnB nos intervalos entre as aulas, com apostilas impressas e alguns cadernos. Terminei a faculdade em 2015, já empossada como Assistente em Administração na UnB, e comecei a estudar de novo. Logrei mais dois resultados e dei mais uma pausa. Costumo dizer que eu era uma "papa-edital": o que saía, eu ia estudando. Já tinha me tornado aluna do TEC lá em 2015. Mas como mencionei, meu estudo não era linear.

Em 2021, já no segundo cargo que assumi, decidi que queria algo maior: um cargo de nível superior na área de controle. Todos os cursinhos falavam em CGU e TCU. Em outubro de 2021, me inscrevi novamente no TEC e voltei a estudar com tudo. Agora, de maneira bem estruturada, contando horas de estudo, dividindo as matérias em blocos, visualizando os resultados em planilhas, fazendo muitas, muitas, muitas (muitas mesmo rs) questões. Como precisava conciliar com o trabalho, aproveitava ao máximo todo o tempo disponível, sem negligenciar a saúde e a família. Eu tinha pouca experiência nas matérias e, apesar dos anos anteriores de estudo, pouca bagagem específica para o TCU e para a CGU. Reprovei, assim como em muitas outras vezes, mas agora tinha noção de onde estavam meus erros, minhas deficiências e sabia que estava no caminho certo. Então continuei. Entre 2023 e 2024, os resultados começaram a aparecer. Fui aprovada em três ótimos cargos (em dois deles, dentro das vagas). Em resumo, essas são minhas aprovações:

• Assistente em Administração - FUB (2013): não recordo a colocação;
• Técnica Socioeducativa - Secretaria da Criança (2015): 68ª colocação;
• Técnica em Regulação da Aviação Civil - ANAC (2016): não recordo a colocação;
• Gestora em Políticas Públicas - PPGG/DF (2023): 4ª colocação (CN);
• Auditora de Controle Interno / Planejamento e Orçamento - SEPLAD/DF (2023): 2ª colocação (CN);
• Consultora de Orçamento e Fiscalização Financeira - Cam. Dep (2023): 3ª colocação (CN/CR).

O TEC foi fundamental nessa retomada. As trocas de conhecimentos nos comentários, as matérias sistematizadas do plano avançado, as questões inéditas de lei seca e os apontamentos dos professores nas questões ajudaram muito na fixação dos conteúdos. Eu realmente usei e abusei da plataforma. Consegui mapear meus erros e minhas dificuldades a partir das estatísticas oferecidas no site e fui ajustando os estudos a partir disso. E o principal: pratiquei, repeti, pratiquei, repeti, de novo, de novo e de novo.

A partir da minha experiência, posso dizer que a jornada de concurseiro, na grande maioria das vezes, não será uma reta. A gente tende a acreditar nisso ao ver apenas os resultados finais dos nossos concorrentes e colegas. Para mim, foram praticamente 10 anos de idas e vindas, estuda e para, começos e recomeços, frustrações e vitórias, antes de finalmente poder cancelar o TEC de vez, pelo melhor dos motivos (rs). Quando voltei a estudar firme, em 2021, eu sequer imaginava que tinha capacidade para figurar na lista final de aprovados da Câmara dos Deputados, na área de consultoria de orçamento. E cá estou eu, quase auditora e sonhando com a nomeação em um dos cargos mais altos e almejados do serviço público. Então, continue estudando. Não negligencie sua saúde e sua família. Se precisar pausar, pause. Mas depois retome, até poder finalizar a assinatura do TEC com orgulho e aposentar a caneta preta de vez.