Blog Governo extingue 66 mil cargos obsoletos e cria 35,9 mil novas vagas

Governo extingue 66 mil cargos obsoletos e cria 35,9 mil novas vagas

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) anunciou uma ampla reestruturação do quadro funcional do Executivo federal. Entre 2023 e 2025, foram extintos 66.107 cargos considerados obsoletos, o que abriu espaço para a criação de 35.910 novas vagas em carreiras estratégicas.

Do total de cargos extintos, 44.432 (67,2%) já estavam vagos e não tinham perspectiva de utilização. Outros 21.675, ocupados principalmente por técnicos em educação, serão transformados gradualmente em novas funções à medida que ficarem vagos com aposentadorias, de modo a garantir a continuidade dos serviços.

Cargos em desuso

Entre as funções extintas estão profissões impactadas pela evolução tecnológica, como datilógrafos, ascensoristas e operadores de telex; funções terceirizadas, como motoristas, copeiros, vigilantes e auxiliares administrativos; além de cargos que perderam sentido na estrutura federal, como auxiliar de enfermagem — função que deixou de ser necessária após a transferência da gestão da saúde para estados e municípios pela Constituição de 1988.

A legislação prevê que a extinção só se efetiva após o desligamento do último ocupante. Isso garante transição gradual, sem prejuízo ao funcionamento da máquina pública.

Novas carreiras

Com a revisão, foram criadas carreiras alinhadas às demandas atuais do Estado, como Analista em Tecnologia da Informação, Analista em Infraestrutura e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Só na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) foram abertas 950 vagas para essas funções.

Um dos marcos da modernização foi a sanção da Lei nº 15.141/2025, que substituiu 29,7 mil cargos antigos por 28,4 mil novas vagas. A lei também instituiu duas carreiras inéditas e transversais: Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico (ATDS) e Analista Técnico de Justiça e Defesa (ATJD), cada uma com 250 vagas abertas no CPNU 2, que terá provas objetivas em outubro e discursivas em dezembro.

Na área da educação, o texto criou 6.060 cargos de analista e 4.040 de técnico em educação, dentro do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).

Carreiras transversais

Segundo a ministra da Gestão, Esther Dweck, o modelo rompe com a lógica antiga de carreiras segmentadas.

“Na nossa visão, esse é o futuro: carreiras que podem atuar em diversas áreas, conforme a necessidade dos brasileiros. Esse é um passo importante, ter mais carreiras transversais para mais flexibilidade na utilização da nossa mão de obra”, afirmou.

A proposta busca ampliar a integração de políticas públicas e dar mais agilidade à administração para responder a novos desafios sociais e tecnológicos.

ANPD ganha status de agência reguladora

No mesmo processo de modernização, a Medida Provisória nº 1.317/2025 transformou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados em Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), com autonomia institucional e regulatória.

A nova estrutura prevê:

  • 200 cargos de Especialista em Regulação de Proteção de Dados, responsáveis por inspeção, fiscalização e análises técnicas;
  • 18 cargos em comissão e funções de confiança, a partir da transformação de 797 cargos efetivos vagos;
  • 26 cargos adicionais em comissão e funções de confiança, destinados à governança e gestão estratégica.

 

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Redação Tec Concursos

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