Quer acelerar seus resultados, estudando com questões de Juros Simples de uma forma diferente, mas com eficácia comprovada?
Nas próximas linhas você terá acesso a um conteúdo exclusivo do Tec Concursos. Bons estudos!
Juros Simples é um conteúdo de Matemática cobrado em grande parte dos concursos públicos no Brasil. Pensando nisso, o professor Vítor Menezes preparou um material explicativo para intensificar seus estudos.
Não esqueça de praticar o que aprendeu com questões inéditas sobre o tema, combinado?
A situação é a seguinte: alguém possui dinheiro hoje, mas não precisa ou não quer usá-lo. Outra pessoa não possui dinheiro agora, mas quer ou precisa usar uma “graninha” no momento atual.
Quem tem o dinheiro hoje pode cedê-lo para a pessoa que precisa. Para tanto, é cobrado um "aluguel". Este aluguel são os juros.
Esta é uma maneira simplificada de entender porque pagamos juros quando pegamos dinheiro emprestado. Estamos pagando uma remuneração para que quem nos emprestou deixe de usar o dinheiro hoje, para poder usá-lo só depois.
Na realidade, os juros são calculados com base em vários fatores. Veja alguns deles:
No primeiro exemplo, João empresta R$ 200,00 para Pedro, cobrando uma taxa de 1% ao mês (juros simples). Qual o valor da dívida, depois de dez meses?
Resolução:
Pronto. Entramos em um dos problemas mais comuns de matemática financeira. A cobrança de juros. Este tipo de problema vai nos acompanhar durante todos os tópicos de matemática financeira. A ideia é sempre a mesma. O que vai dificultando, aos poucos, são os cálculos envolvidos.
A ideia dos juros é remunerar o capital. Pedro precisa do dinheiro hoje, mas não tem este dinheiro. João tem o dinheiro, mas não precisa dele agora. Assim, João empresta o dinheiro para Pedro, mas cobra uma remuneração por isto. Esta remuneração são os juros.
Os juros representam uma receita (ou rendimento) para quem empresta o dinheiro e uma despesa para quem toma emprestado. O valor dos juros depende da taxa. Dizer que é cobrada uma taxa de 1% significa que os juros cobrados são de:
J=1\% \times 200 = 0,01 \times 200=2
Portanto, os juros são iguais a R$ 2,00.
Geralmente usamos a letra "i" para representar a taxa de juros. Deste modo, em nosso exemplo, escrevemos assim
i=0,01 ou i=1\%
Para representar a quantia de dinheiro inicialmente emprestada, usamos a letra C, que é a inicial de capital.
C=200
Para representar os juros, usamos a letra J.
J_1=2
Coloquei J com índice 1 para indicar que estamos falando dos juros do primeiro mês.
Notem que, no cálculo dos juros do primeiro mês, bastou incidir a taxa i sobre o capital C, assim:
J_1=Ci
Tudo certo até aqui? Muito bem, então podemos concluir que, ao final do primeiro mês, a dívida de Pedro já estará em R$ 202.00. Deste valor, temos R$ 200,00 correspondentes ao inicialmente emprestado, mais R$ 2,00 de juros.
Primeiro mês: a dívida está em 200 reais (valor emprestado) + 2 reais de juros = 202 reais
Passa o segundo mês e Pedro continua usando o dinheiro de João. Portanto, terá que pagar novos juros. A taxa permanece em 1%. Como estamos no regime de juros simples, essa taxa de 1% sempre incide sobre o capital inicialmente emprestado, ou seja, sobre os 200 reais.
1 \% \times 200 = 2
Os juros do segundo mês serão, novamente, iguais a R$ 2,00.
J_2=2
Segundo mês: a dívida está em 200 reais (valor emprestado) + 2 reais de juros do primeiro mês + 2 reais de juros do segundo mês = 204 reais
Interessante observar que, neste ponto, o total devido a título de juros é de 4 reais. Esse valor é fruto da soma dos juros do primeiro mês (2) com os juros do segundo mês (2).
J=2+2
E cada um destes 2 reais foi obtido a partir da incidência da taxa sobre o capital.
J=iC+iC=2iC
Passa o terceiro mês. E o Pedro continua com o dinheiro do João. Portanto, vai ter que pagar mais uma remuneração. Novamente teremos uma taxa de 1%. E, como são juros simples, novamente esta taxa incidirá sobre o valor inicialmente emprestado (R$ 200,00). Portanto, os juros do terceiro mês serão novamente de R$ 2,00.
Terceiro mês: a dívida está em 200 reais (valor emprestado) + 2 reais de juros do primeiro mês + 2 reais de juros do segundo mês + 2 reais de juros do terceiro mês = 206 reais
Note que agora o total de juros é de 6 reais. Essa quantia é assim obtida:
J=iC+iC+iC=3iC
Como isso se repete mês a mês, até o décimo mês, já fica fácil concluir que, ao final do décimo mês, o total devido de juros será de 2 reais para cada mês que passou, totalizando 20 reais. Assim:
J=2+2+2+2+2+2+2+2+2+2
J=20
Lembrando que cada uma dessas parcelas de 2 reais corresponde à incidência da taxa "i" sobre o capital "C".
J=iC+iC+iC+ \cdots+iC
Se usarmos a letra "n" para representar o número de períodos, chegamos à fórmula dos juros:
J=n \times i \times C
J=n \times i \times C
"J" são os juros, "n" é o número de períodos, "i" é a taxa e "C" é o capital
Ao final do décimo mês, Pedro terá que devolver os R$ 200,00 iniciais mais R$ 2,00 reais para cada mês que passou.
Assim, Pedro terá que devolver:
200+10 \times 2 = 220
Resposta: depois de dez meses o valor da dívida é de R$ 220,00.
Alguns nomes importantes.
A quantia inicial (=200,00) geralmente recebe um nome importante: capital inicial (C).
A quantia final (=220,00) também recebe um nome importante: montante (M).
Podemos dizer que o montante (M) é igual ao capital (C) mais os juros (J).
M=C+J
Foi exatamente isto que aconteceu no nosso exemplo. O capital foi de 200. Os juros foram de 20. E o montante foi 220.
Esta equação sempre vale, sejam juros simples, sejam compostos. O que vai mudar, conforme as taxas sejam simples ou compostas, é a forma de calcular os juros.
No caso de regime simples, os juros ficam:
J=n \times i \times C
Nesta fórmula temos:
E foi exatamente esta fórmula que usamos no problema acima.
Pedro teve que pagar, de juros, vinte reais. Ou seja, Pedro teve que pagar juros de:
Então esta é a fórmula que temos que saber para juros simples:
J = n \times i \times C
Considerando que M=C+J, podemos obter uma terceira fórmula:
M=C+J
M=C + n \times i \times C
Colocando C em evidência:
M=C \times (1+ni)
Mais alguns comentários sobre todas as parcelas vistas.
O capital é a quantidade de moeda que uma pessoa tem disponível para ceder a outra pessoa. Os problemas podem utilizar outros nomes, de mesmo significado. São eles: principal, valoraplicado, investimento inicial. A pessoa que cede o dinheiro é o investidor. Quem recebe o dinheiro é o tomador.
A remuneração paga pelo “empréstimo” (ou ainda, pela “cessão” do dinheiro) são os juros. Como já dissemos, para o tomador os juros são uma despesa e para o investidor os juros são uma receita.
O montante é o valor total da transação financeira, sendo equivalente à soma dos juros com o capital.
A taxa de juros representa a relação entre o juro e o capital investido. No nosso exemplo, o capital investido foi de R$ 200,00 e os juros mensais eram de R$ 2,00. Vamos fazer a relação entre esses dois valores:
{2 \over 200} = 0,01=1\%
Este valor acima é justamente a taxa de juros. Dizemos que a taxa de juros é de 1% ao mês. Isto porque, a cada mês, serão pagos juros correspondentes a 1% do capital.
No segundo exemplo, um capital no valor de R$ 1.000,00 é aplicado a uma taxa de juros simples de 3% ao mês, durante 5 meses. Qual o valor dos juros? Qual o valor do montante?
Resolução:
Aplicação direta da fórmula. Primeiro identificamos os termos:
C=1.000
i=3\%=0,03
n=5
Como temos o capital e precisamos calcular os juros, vamos para a fórmula que relaciona essas duas grandezas:
J=n \times i \times C
J=5 \times 0,03 \times 1.000=150
Calculando o montante:
M=C+J=1.000+150=1.150
No terceiro exemplo, um capital desconhecido foi aplicado a uma taxa de 10% ao mês (juros simples), durante 2 meses, resultando no montante de R$ 2.400,00. Calcule o valor do capital.
Resolução:
Como temos o montante, usamos a fórmula em que ele aparece. Há duas em que isso ocorre:
M=C+J
Essa fórmula não é muito útil, pois nela há duas grandezas desconhecidas (C e J). Vamos optar pela outra fórmula do montante:
M=C \times (1+ni)
Agora sim, a única grandeza desconhecida é o capital. Ficamos com:
2.400=C \times (1+2 \times 0,1)
2.400=C \times 1,2
C={2.400 \over 1,2} = 2.000
O capital é de R$ 2.000,00.
No quarto exemplo, um capital de 3.000,00 é aplicado durante determinado período, a uma taxa de juros simples 3% ao mês, resultando no montante de R$ 3.540,00. Calcule o número de meses da aplicação.
Resolução:
Há duas opções:
1º) partimos direto para:
M=C \times (1+ni)
3.540=3.000 \times (1+n \times 0,03)
3.540=3.000+3.000 \times n \times 0,03
3.540-3.000=90n
n={540 \over 90}
n=6
O prazo de aplicação é 6 meses.
2ª) Primeiro calculamos os juros:
M=C+J
3.540=3.000+J
J=3.540-3.000=540
Agora aplicamos a fórmula dos juros:
J=n \times i \times C
540=n \times 0,03 \times 3.000
540=90n
n={540 \over 90} = 6
No quinto exemplo, um capital de R$ 10.000,00 é aplicado durante 10 meses, a uma taxa desconhecida, resultando no montante de R$ 15.000,00. Calcule o valor da taxa de juros simples mensal.
Resolução:
Há duas opções:
1º) partimos direto para:
M=C \times (1+ni)
15.000=10.000 \times (1+10 \times i)
15.000=10.000+10.000 \times 10 \times i
15.000-10.000=100.000i
i={5.000 \over 100.000} = 0,05
A taxa é de 5% ao mês. Detalhe interessante: como o prazo foi trabalhado em meses, a taxa obtida também é mensal.
2ª) Primeiro calculamos os juros:
M=C+J
15.000=10.000+J
J=15.000-10.000=5.000
Agora aplicamos a fórmula dos juros:
J=n \times i \times C
5.000 = 10 \times i \times 10.000
5.000=100.000 \times i
i={5.000 \over 100.000}=5\%
Nos exemplos acima vimos todas as variações. As questões dão todas as grandezas, a exceção de uma (juro, montante, capital, taxa de juros ou prazo). Nossa tarefa é isolar a grandeza de interesse e fazer o cálculo.
Fechando o tópico, é importante destacar a característica marcante do regime simples. Tal regime é caracterizado pelo fato de, em cada período, a taxa de juros sempre incidir sobre o capital inicial. É isso o que diferencia o regime simples, estudado nesta aula, do regime de juros compostos.
As taxas de juros são referentes a determinado período de tempo. Assim, se temos uma taxa de juros de 2% referente ao período de um mês, temos uma taxa mensal de 2%. Dizemos que se trata de uma taxa mensal ou "ao mês".
Exemplo: capital de 100,00, aplicado a uma taxa de 2% ao mês. Isso significa que, a cada mês, teremos juros de 2% incidindo sobre 100,00.
Essa taxa é representada assim: 2% a.m. A sigla “a.m” significa “ao mês”.
Acima foi apenas um exemplo com a taxa mensal, que é a mais comum em questões de prova. Mas a verdade é que a taxa pode vir expressa em qualquer prazo. Cada um tem uma sigla. Exemplos:
Exemplo:
1% a.m = 1% ao mês
2% a.a. = 2% ao ano
3% a.b = 3% ao bimestre
4% a.t = 4% ao trimestre
5% a.s = 5% ao semestre
As fórmulas aplicáveis ao regime de juros simples são:
M=C+J
J=C \times i \times n
M=C \times (1+ni)
Onde:
De uma forma geral, o conhecimento das fórmulas acima é suficiente para resolver todas as questões de juros simples. O cuidado que se deve ter é com as unidades. As unidades de tempo e da taxa têm que ser coerentes. Assim, se a taxa está ao mês e o prazo está em anos, não podemos sair aplicando a fórmula. Antes, temos que garantir que as unidades estejam condizentes.
Temos sempre duas opções:
A conversão de prazo é sempre feita por regra de três. Já a conversão da taxa depende do regime de juros. No caso do regime de juros simples, também basta a aplicação da regra de três. Veremos este assunto com mais detalhes nos itens seguintes.
No primeiro exemplo, um capital de 1.000,00 foi aplicado durante 6 bimestres a uma taxa de juros de 3% ao trimestre. Calcule o montante obtido.
Resolução:
Vejam que o prazo está em bimestres e a taxa é trimestral. Antes de sair fazendo contas, temos que igualar as unidades.
1ª opção: convertemos a taxa em bimestral. Basta aplicar regra de três:
3% --- 3 meses (=1 trimestre)
x --- 2 meses (=1 bimestre)
Agora multiplicamos cruzado:
3\% \times 2 = 3x
x=2\%
A taxa bimestral é de 2%.
Agora o prazo está em bimestres (6 bimestres) e a taxa está ao bimestre (2% ao bimestre)
Basta aplicar a fórmula:
M=C \times (1+ni)
M=1.000 \times (1+6 \times 0,02)
M=1.000 \times 1,12
M=1.120,00
2ª opção: convertemos o prazo para trimestres. Basta aplicar regra de três.
3 meses correspondem a 1 trimestre.
O nosso prazo é de 12 meses (=6 bimestres). A quantos trimestres isso corresponde?
3 meses --- 1 trimestre
12 meses ---- x
Multiplicando cruzado:
3x=12 \times 1
x = 4 trimestres
O prazo é de 4 trimestres e a taxa é de 3% a.t.
Aplicando a fórmula:
M=C \times (1+ni)
M=1.000 \times (1+4 \times 0,03)
M=1.000 \times 1,12=1.120
A resposta foi exatamente a mesma. Tanto faz o método utilizado. Desde que haja coerência entre as unidades da taxa e do prazo, a resposta será a mesma.
No segundo exemplo, um capital de R$ 1.000,00 foi aplicado a uma taxa de 2% ao bimestre (juros simples) gerando um montante de R$ 2.000,00. Calcule o prazo da aplicação em trimestres.
Resolução:
Aplicando a fórmula:
M= C \times (1+ni)
2.000 = 1.000 \times (1+n \times 0,02)
{2.000 \over 1.000} = 1+0,02 n
2=1+0,02n
1=0,02n
n={1 \over 0,02} = 50
Como a taxa utilizada está em bimestres, automaticamente este prazo obtido também está em bimestres. Logo, o prazo de aplicação é de 50 bimestres. 50 bimestres, por sua vez, corresponde a 100 meses.
Para passar esse prazo para trimestres, fazemos assim:
1 trimestre ---- 3 meses
x ---- 100 meses
Basta multiplicar cruzado:
3x=100 \times 1
x={100 \over 3}
x=33,33333...
O prazo é de 33,333... trimestres.
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O TEC foi decisivo na minha aprovação através do grande número de questões e da qualidade dos comentários dos professores. Francisco Gentil Braga de Sousa Neto Oliveira, 1º — Auditor Fiscal (Prefeitura de Araripe - CE)
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