Atenção: A questão baseia-se no texto apresentado abaixo.
Antes de os telescópios existirem, os olhos definiam o que existia nos céus. Apenas a imaginação podia criar outras realidades para além da escuridão. Poucos na História ousaram propor que existiam outros mundos, camuflados pelas sombras. Foi o caso de Giordano Bruno, que por essas e outras heresias acabou seus dias na fogueira.
Tudo mudou quando Galileu provou, em 1610, que o telescópio permitia enxergar mundos que, sem ele, permaneceriam desconhecidos para sempre: a realidade material não se limitava ao imediatamente visível. Era inegável – mesmo que alguns tenham se recusado a acreditar – que Galileu havia descoberto quatro luas girando em torno de Júpiter, que jamais haviam sido vistas antes. A conseqüência dessa descoberta foi profunda: os segredos ocultos nos céus podem ser desvendados com o uso de técnicas de observação e telescópios mais sofisticados. Galileu iniciou uma nova tradição astronômica, a da caça aos mundos.
Em meados do século XX, vários outros mundos haviam sido descobertos. Girando em torno do Sol, os planetas Urano, Netuno e Plutão; em torno dos planetas, dezenas de luas; entre Marte e Júpiter, um cinturão de asteróides, restos rochosos de um planeta que nunca se formou. Os astrônomos não tinham dúvida de que, com telescópios mais poderosos, novos mundos seriam descobertos. O mistério, no entanto, permanecia. Que mundos seriam esses? E o que poderiam nos dizer sobre a formação do Sistema Solar e sobre o passado da Terra – o nosso passado?
(Adaptado de Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, Mais!, 5 de março de 2006, p. 9)
Conclui-se corretamente do texto que